O retorno de dezenas de passageiros do Festival de Parintins terminou em indignação, medo e promessas de processo. A lancha Rio Negro, que saiu de Parintins às 5h da manhã de domingo (29), apresentou três falhas durante o trajeto, incluindo pane mecânica e falta de combustível, deixando os viajantes à deriva nas proximidades de Itacoatiara. Eles só chegaram a Manaus perto de meia-noite, após 20 horas de viagem, muito além do horário previsto.
Entre os principais problemas relatados pelos passageiros estavam a interrupção do motor, falhas no sistema de ventilação e um vazamento na área de banheiros. Para piorar, a embarcação ficou sem diesel em pleno trajeto, obrigando todos a esperar socorro sem informações claras e sob atendimento considerado hostil por parte da tripulação.
“Foi desesperador. Ninguém dava satisfação, ninguém dizia o que estava acontecendo”, relatou o jornalista Edivan Farias, um dos passageiros. Segundo ele, a sensação de abandono foi generalizada, já que a tripulação se recusava a explicar a situação, mesmo diante do calor e da superlotação.
Uma passageira que pediu pra não ser identificada reforçou a crítica à comunicação. “A gente só descobriu que estava sem combustível quando outro passageiro, que entendia de motores, foi checar e avisou. Foi um caos”, contou.
O resgate ocorreu horas depois, quando os passageiros foram transferidos para outra embarcação. Ainda assim, a chegada a Manaus só aconteceu às 20h de domingo, concluindo uma travessia marcada por transtornos e incertezas.
Indignados, passageiros afirmaram que pretendem processar os donos da Rio Negro pelos danos e pelo sofrimento enfrentado.
A Marinha do Brasil informou ter enviado uma equipe de apoio ao local, mas ainda não confirmou se a embarcação estava em situação regular para operar.
