Moradores do bairro Vila da Prata interditaram a Avenida Brasil do bairro Compensa, na zona Oeste de Manaus, na noite desta quinta-feira (30), em protesto pela morte de João Paulo Maciel, de 19 anos, ocorrida durante uma ação da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam). O jovem foi baleado na última terça-feira (28), no Beco Arthur Virgílio Neto, e não resistiu aos ferimentos.
De acordo com relatos de moradores, João Paulo não teria envolvimento com atividades criminosas, e sua morte gerou revolta na comunidade. Durante o protesto, pneus foram incendiados e a via foi bloqueada, o que causou congestionamento e lentidão em diversos trechos da avenida. Manifestantes exibiam cartazes pedindo justiça e responsabilização pelo caso.
O ato também teria sido motivado por uma ação policial que ocorreu na noite anterior, durante uma homenagem realizada por moradores em memória de 11 homens naturais do Amazonas que morreram em uma operação policial no Rio de Janeiro. Uma suposta queima de fogos e soltura de balões brancos teria precedido a chegada das equipes da Rocam ao local, momento em que começou uma confusão. Duas pessoas teriam sido feridas; uma delas seria João Paulo.
Equipes do Comando de Policiamento Especializado (CPE), da Força Tática, do Grupamento de Manejo de Artefatos Explosivos (Marte) e do Grupamento de Radiopatrulha Aéreo (Graer) foram acionadas para conter a manifestação. Houve o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar a multidão.
Até o fechamento desta matéria, a Polícia Militar seguia no local para tentar restabelecer a ordem. A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) ainda não se pronunciou oficialmente sobre o episódio nem sobre as denúncias envolvendo a atuação de agentes da Rocam.
