O secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, classificou como leviana a associação de índices de cobertura da Atenção Básica ao quantitativo de óbitos por Covid-19 ocorridos em Manaus, em comparação com os números do interior do Estado. A reação foi feita nesta quinta-feira, 21/5, após divulgação, pelo secretário de Atenção Especializada do Interior, da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Cassio Roberto Espírito Santo, de análise dos resultados de mortes pela doença na capital e no interior do Amazonas.
“É preciso considerar que o indicador de cobertura da Atenção Básica é um percentual meramente quantitativo, uma função cuja principal variável é o número de recursos humanos, médicos, enfermeiros, Agente Comunitários de Saúde e técnicos de enfermagem, entre outros. O que precisa ser realmente analisado são os aspectos da qualidade do atendimento da Atenção Básica. É um erro grave associar as mortes ao indicador de Atenção Básica. Se compararmos Manaus com outras capitais, o que é o mais comparável, superamos cidades desenvolvidas como Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, só para citar algumas”, assegurou Magaldi. “Basta comparar o número de mortes observado em países desenvolvidos, com indicadores de riqueza e desenvolvimento econômico muito superiores aos do Amazonas e do Brasil”, ressaltou.
Segundo o secretário da Semsa, não só Manaus, mas todos os municípios do interior, esperam por ações práticas, políticas públicas viáveis para melhorar a situação da saúde no Estado, e que esse tipo de afirmação pode ter explicação em outros objetivos. “É possível que o governo esteja usando, equivocadamente, esse dado para iniciar a abertura do comércio e das outras atividades. Sabemos que a principal forma de evitar a contaminação pelo novo coronavírus é o isolamento social e não a cobertura da Atenção Básica”, alertou.