O deputado estadual Serafim Corrêa, do PSB, repudiou a ameaça do Governo Federal em reduzir, novamente, a alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) do setor de concentrados de refrigerantes da ZFM (Zona Franca de Manaus).
O presidente Jair Bolsonaro, conforme Serafim, quer usar esse novo ataque ao Amazonas como medida para compensar parte da renúncia decorrente do programa de renegociação de dívidas de MEIs (microempreendedores individuais) e pequenas empresas do Simples Nacional.
“Isso tem um efeito nefasto, um efeito ruim. As empresas do polo de concentrados são empresas multinacionais, elas não aguentam mais essas idas e vindas. Se eles fizerem isso mais uma vez, nós corremos o risco de ver uma debandada dessas empresas. E a saída de uma empresa desse porte tem um efeito cascata, porque ela vai dizer para o mundo: “Olha, não venham para a ZFM. A Zona Franca não merece essa confiança””, disse em discurso na tribuna da ALE-AM na manhã desta quinta-feira, 7.
A medida, se confirmada, prejudica as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), como Coca-Cola e Ambev. Esse plano de Bolsonaro deixará o setor instalado no Amazonas inviabilizado. Especialista em Economia, o deputado declarou que a medida representa mais uma "punhalada" do Governo Federal na ZFM.
“A ZFM está, portanto, diante de mais um ataque especulativo e quero só lembrar aqui que o atual presidente da República teve uma votação esmagadora em Manaus, não com meu voto, mas teve. Depois o que ele tem feito é só jogar contra o Amazonas e a Amazônia, é só jogar contra Manaus”, lembrou o deputado.
Reportagem da Folha de São Paulo publicada nesta quarta-feira, 6, mostra que o novo corte do incentivo tributário aos fabricantes de concentrados de refrigerantes instalados na ZFM é em retaliação a bancada de parlamentares do Amazonas, a quem Bolsonaro atribui a articulação por trás de uma ação judicial que busca derrubar o corte linear de 25% no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
O líder do PSB na ALE-AM disse que, ao que tudo indica, o presidente da República, que é pré-candidato à reeleição, planeja fazer todas as maldades contra a ZFM para às vésperas da eleição “aparecer como salvador da pátria”.
“Isso é muito sujo, é muito ruim, é muito repugnante. Quero deixar aqui meu repúdio e dizer que, inclusive, o Amazonas deu ao Sr. Bolsonaro o Título de Cidadão do Amazonas, contra o meu voto. Ele é cidadão do Amazonas por uma lei aprovada nesta Casa Legislativa e, repito, sem o meu voto. Mas nem assim, com todos os carinhos que o Amazonas tem feito a ele, ele tem correspondido. Sempre quando vem algo de lá é muita pancadaria, grosseria e agressão”, concluiu.