O vice-governador Tadeu de Souza (Avante) usou as redes sociais para defender o protagonismo do Amazonas nos debates ambientais durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA). Em publicação feita nesta quinta-feira (21/08), Tadeu ressaltou a urgência de um planejamento estratégico de longo prazo para a Amazônia.
Ao cobrar maior presença do governo federal na região, Tadeu afirmou que o Brasil só será completo quando enxergar o Amazonas como parte central de sua estratégia nacional. Para o vice-governador, a COP30 será uma oportunidade histórica para mostrar ao mundo a Amazônia real: a que preserva florestas, mas que também exige estrutura e protagonismo dos amazônidas.
“Agora em novembro, nós teremos a COP30, que é uma oportunidade histórica de mostrar ao mundo a Amazônia verdadeira, aquela que preserva florestas e que não cabe em slogan ambientalista. Mas, para isso, a gente precisa virar a chave. Não queremos assistência, queremos presença, e isso significa soluções criativas, políticas de longo prazo e um protagonismo legítimo”, afirmou o vice-governador.
Infraestrutura e desafios
Tadeu destacou, ainda, que a distância política e econômica do Brasil em relação ao Amazonas se reflete na falta de infraestrutura, especialmente nos municípios do interior.
“Nossa rede de saúde depende de avião, internet, vias e satélites. Aqui não existe estrada que ligue a capital ao interior em poucas horas. O Brasil e o mundo precisam parar de olhar o Amazonas por cima. Temos que ser vistos de frente, como território de oportunidades, conhecimento e soluções. A Amazônia pode ser o elo mais forte entre o Brasil e o futuro”, declarou.
No vídeo, Tadeu também defendeu o modelo da Zona Franca de Manaus (ZFM), atribuindo a preservação da floresta ao desenvolvimento econômico sustentável que o Polo Industrial de Manaus (PIM) proporciona. O modelo gera, atualmente, cerca de 130 mil empregos diretos.
“Conseguimos preservar 97% da floresta. Isso não é acaso. É fruto do jeito amazônico de viver, com um saber tradicional, uma economia construída de forma sustentável e um polo industrial que resiste a ataques, mas que mantém o compromisso com o meio ambiente”, completou.
Recentemente, em artigo publicado no jornal Gazeta do Povo (PR), o vice-governador também defendeu que a região seja colocada no centro dos debates nacionais de política e ressaltou a importância de que as políticas públicas de conservação da floresta considerem a população que nela vive, cerca de 28 milhões de pessoas espalhadas pelos estados amazônicos.
Sobre a COP
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC, ou UNFCCC, na sigla em inglês) criou a Conferência das Partes (COP) como órgão responsável por implementar os compromissos assumidos pelos países no combate às mudanças climáticas. Atualmente, 198 países participam da UNFCCC, o que faz da COP um dos maiores fóruns multilaterais do sistema da ONU.