Ele já privou da intimidade da família de Jair Bolsonaro. Serviu ao primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Destituído da função, teve que se afastar do clã do presidente da República em decorrência das investigações sobre a prática de "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Esse não é o policial aposentado Fabrício Queiroz, e sim o advogado Frederick Wassef. As informações são do Notícias ao Minuto.
Defensor de Jair e de Flávio até a noite de 21 de junho, Wassef teve que abandonar as causas três dias depois de Queiroz ter sido preso em sua propriedade na cidade de Atibaia, no interior paulista.
Desde então, o advogado ganhou holofotes, virou peça central nas desconfianças em torno do papel dos Bolsonaro no refúgio de Queiroz e vem repetindo que é vítima de armação e fake news daqueles que têm como objetivo prejudicar o presidente, a quem diz amar.
A pergunta da Folha é sobre por que a família Bolsonaro não teria tomado a iniciativa de acolher Queiroz, já que o considera inocente.
Wassef afirma que, em dezembro de 2018, "quando estoura esse escândalo [da "rachadinha"] e vem a público essa questão, a decisão da família do então presidente eleito foi imediatamente cortar todo e qualquer tipo de relação com o ex-assessor de Flávio".
Questionado se atualmente estaria em melhor situação caso repetisse o exemplo dos Bolsonaro, Wassef concorda, aponta suas diferenças com a família e se compara a Queiroz na luta contra o câncer.
"Sim. A diferença entre eu [sic] e a família Bolsonaro é que sou uma pessoa que passou os últimos dez anos sofrendo em hospital, tive quatro cânceres, duas quimioterapias horrorosas. Passei dez anos de muita dor e sofrimento. Sou um ser humano diferente. Tenho uma sensibilidade especial à pauta câncer, saúde, ajuda ao próximo."
Três minutos depois, instado a explicar qual seria essa diferença com os Bolsonaro, ele se corrige.
"Não falei que sou diferente da família. Sou diferente de todas as pessoas. Quem passou dez anos sofrendo em hospital com quatro tipo de cânceres, viu a morte de perto"¦ Uma pessoa dessa se torna diferente de qualquer pessoa."
Sem usar máscara de proteção contra coronavírus, Wassef refuta o rumores de que seja capaz de implodir o governo Bolsonaro.
"Não sou bomba coisa nenhuma. Sou leal, amo o presidente. Se realmente falasse todos os segredos que sei do presidente Bolsonaro, se eu pudesse falar tudo que sei dele, da nossa relação dos últimos seis anos, sabe qual seria a consequência? Bolsonaro eleito em primeiro turno em 2022."