O deputado federal José Ricardo (PT-AM) não digeriu o resultado das prévias do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) que apontou o deputado estadual Sinésio Campos PT) como candidato às eleições de 2020 para prefeito de Manaus. Ele está decidido a esperar a decisão da Executiva Nacional, pois a de Manaus foi uma decisão interna do partido, uma espécie de acordo a nível local que precisa ser homologada em nível nacional. E é lá que Zé Ricardo tem chances de se tornar o candidato da sigla.
— Da minha parte, vou aguardar a decisão do partido. Colocamos nosso nome à disposição. Vários nomes internos do partido nos apoiaram e agora aguardo a decisão da nacional. Eles avaliam a melhor estratégia e a luta vai continuar – disse, nesta quarta-feira, 28, o deputado ao Blog do Mário Adolfo.
A decisão que indicou Sinésio candidato foi realizada em dois turnos de votação. No primeiro, Zé Ricardo ganhou por um voto: obteve 21 contra 20 de Sinésio. O vereador Sassá da Construção também disputou a prévia e teve 5 votos, levando a eleição para o segundo turno.
E foi justamente por não acatar o processo de segundo turno que o grupo apoiador de Ricardo bateu em retirada, deixando o deputado no fogo. Na segunda votação, Sinésio goleou. Abocanhou 25 votos e Zé Ricardo teve apenas dois votos.
— No segundo turno, muitos companheiros que me apoiaram se retiram e acabou confirmando ali o nome do Sinésio – avaliou o petista em telefonema.
Perguntado quais os motivos que levaram os seus apoiadores a se retirarem da prévia, Zé explicou que eles se rebelaram contra o processo que levou a eleição para o segundo turno.
— Eles avaliaram que, para isso, teria que ter debates, discussões e a eleição prévia marcada para uma outra data. O caminho deveria se procurar a unidade do partido, mas os grupos dos demais não queriam, por isso insistiram logo na votação –, revelou Zé Ricardo.
Os dissidentes lamentaram por acreditar que José Ricardo, o deputado federal mais votado do Amazonas último pleito e fazendo um bom mandato, teria mais chances, robustez e respaldo eleitoral para enfrentar os candidato de sempre à Prefeitura de Manaus.
Incomodou muita gente
A leitura de Zé Ricardo, à primeira vista, o que houve em Manaus foi uma decisão através do voto, mas que passou por um acordo dos grupos políticos internos.
— No primeiro turno eu tive mais votos que o deputado estadual Sinesio Campos e isso incomodou muita gente. Um detalhe importante é o seguinte: existem muitos grupos de interesses fora do partido que não querem que eu seja candidato –, advertiu
Mas o candidato a candidato não se dá por perdido e pretende lutar até à última instância, se apoiando no fato de que a decisão interna do PT a nível local precisa ser homologada a nível nacional. Na verdade, lembra o deputado, o diretório nacional tinha decidido, desde o final do ano passado, que todas as candidaturas de capitais vão ser avaliadas pela nacional, exatamente pela estratégia de lançar candidaturas que tenham o potencial de voto, uma grande inserção na sociedade e que possam discutir projetos para a cidade.
O PT nacional quer investir em candidatos que tenham grandes chances eleitorais.
— Então é um processo que se inicia na instância municipal e termina na instância nacional que, certamente vai avaliar o resultado de Manaus. Da minha parte, vou aguardar a decisão do partido. Colocamos nosso nome à disposição. Vários nomes internos do partido nos apoiaram e agora aguardo a decisão da nacional. Eles avaliam a melhor estratégia e a luta vai continuar.
O petista disse que não há dúvida de que seu nome é uma ameaça os interesses de “muita gente” que tá há muitos anos no poder, agindo sem transparência e sem políticas para a população.
— Força de fora do partido também estão interessados em inviabilizar a minha candidatura. Vamos continuar firmes com esse mesmo propósito, ser candidato do PT esse ano – dispara o deputado.