
Em 2017, Omar Aziz saiu de casa e foi direto à casa do ex-governador Amazonino Mendes — que já estava em sua rede, aposentado, devorando seus livros, jogando seu dominó e roendo seus tucumãs com farinha — para fazer um convite: resgatar o ex-governador e lançá-lo novamente ao governo na eleição suplementar no Amazonas, determinada após a cassação dos mandatos do ex-governador José Melo e do ex-vice, Henrique Oliveira, por compra de votos nas eleições de 2014.
Na época, o então presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado David Almeida (PSD), assumiu o governo interinamente.
Por ser do PSD, o partido de Omar, David acreditou que seria o candidato do grupo liderado por Aziz. Mas o senador preferiu despertar a fera: Amazonino.
Resgatamos essa história para contextualizar o que está rolando agora nos bastidores da política amazonense. Uma fonte ligada a David Almeida (Avante) garantiu que o prefeito tem um forte motivo para ter retirado o apoio que prometera dar ao senador Omar Aziz (PSD) na eleição ao governo, em 2026.
— Foi pura vingança. Ele nunca engoliu aquela pernada em 2017, quando o PSD, presidido por Aziz, não referendou sua candidatura e ainda foi buscar Amazonino, que estava fora da política naquele momento — contou a fonte.
Mexeu com quem estava quieto
Omar Aziz foi mexer com quem estava quieto. Candidato pela coligação “Movimento pela Reconstrução do Amazonas”, o Negão foi eleito em segundo turno, com 38,77% (577.397) dos votos.
O candidato Eduardo Braga (PMDB) ficou com 539.318 votos (40,79%).
Me perdoa por te trair
O resto da história todo mundo sabe.
Ao lançar Amazonino como pré-candidato à eleição suplementar, Omar Aziz sabia, por intuição, que o próprio Amazonino Mendes (que estava no PDT) seria seu principal adversário em 2018.
Mazoca tomou gosto…
Não deu outra: depois de sentar pela terceira vez na cadeira de governador, Amazonino tomou gosto e não quis mais levantar.
…E Omar perdeu o bonde da história
Trocando em miúdos, Mazoca não honrou o acordo de não disputar a reeleição, como foi acertado em 2017 na costura política com Omar, e o senador — que estava bem das pernas e muito bem avaliado para voltar ao governo — perdeu a chance de se eleger já em 2018.
“Fiz a minha parte”
Decepcionado, mas consciente de que havia honrado a palavra de recolocar Amazonino no poder — em gratidão por tudo o que ele representou em sua carreira política —, Omar rompeu com o governador em 2018 e buscou novos aliados para disputar o governo estadual.
Mas, diante do quadro, acabou disputando a reeleição ao Senado, de onde saiu vitorioso com mais de 42% dos votos válidos.
Perdeu para o estreante
Amazonino foi candidato à reeleição em 2018, mas foi derrotado pelo estreante Wilson Lima (PSC) em segundo turno.
Wilson abocanhou 58,50% dos votos válidos (1.033.950), enquanto Amazonino Mendes (PDT) obteve 41,50% (733.366 votos).
Política natalina
Uma confraternização natalina com cheirinho de lançamento de candidatura.
Foi assim a festa que o senador Eduardo Braga (MDB) realizou nesta sexta-feira (19) no Atlético Rio Negro Clube, que um dia foi o mais aristocrático clube de Manaus.
O evento reuniu 47 prefeitos dos municípios do Amazonas, a bancada quase completa do Amazonas no Congresso Nacional e o pré-candidato ao governo do Estado em 2026, Omar Aziz (PSD).

Casa cheia
Depois de observar que ali havia “mais amigos do que parceiros políticos”, o líder do MDB no Senado fez a sugestão de chamar ao palco todos os parlamentares presentes ao evento.
Entre eles estavam o senador Omar Aziz e os deputados federais Átila Lins, Sidney Leite, Adail Filho, Saulo Viana, Pauderney Avelino e Silas Câmara.
Saideira de Lins
Ao chamar o nome de Átila Lins, o decano da política do Amazonas, Braga brincou:
— Ele diz que este será o último mandato. Mas eu juro que não é verdade!

Raposa felpuda
Conhecido como a “raposa felpuda” da política baré, Átila está em seu 9º mandato, carregando a honraria de nunca ter perdido uma eleição.
Visão otimista
Na confraternização de Natal do senador Eduardo Braga, o parceiro político e pré-candidato ao governo do Estado, Omar Aziz (PSD), lembrou que ali estavam nada menos que 47 dos 62 municípios do Amazonas.
Depois de fazer os cálculos de quanto isso poderia representar em votos, tasca a frase pra lá de otimista:
— Vamos ganhar a eleição. E no primeiro turno!
Bendito licenciamento
No discurso de agradecimento aos que foram à sua confraternização de Natal, Eduardo Braga confirmou que o sonho da BR-319 se realizará em 2026.
— O presidente Lula garantiu pessoalmente para mim e para o senador Omar que virá ao Amazonas entre fevereiro e março para formalizar a entrega do bendito licenciamento, autorizando as obras da estrada!
A resistência dos 11
O senador fez questão de encher a bola da bancada do Amazonas no Congresso Nacional.
Segundo ele, não foi só por causa de seu trabalho e do de Omar no Senado, mas também pela união e competência da bancada do Amazonas, que foi possível conquistar tantos avanços em 2025.
— Somos apenas 11 parlamentares contra 73 de São Paulo. E mesmo assim vencemos! — disse o senador.
Zona Franca até 2073
Eduardo incluiu entre essas vitórias a garantia constitucional da Zona Franca de Manaus até 2073.
Essa conquista foi assegurada na Reforma Tributária, da qual foi relator.
Trabalho gigante
A performance de Braga na Reforma Tributária foi destacada no discurso de Omar Aziz.
Segundo o senador, hoje, se PSD e MDB não concordarem, nada será aprovado no Senado.
— A Zona Franca só foi preservada no texto da Reforma Tributária graças a esse gigante, Eduardo Braga — disse Omar.
O maior faturamento da história
Para Aziz, esse trabalho já vem rendendo bons frutos.
Em 2025, a Zona Franca bateu o recorde de maior faturamento mensal de sua história. Após registrar R$ 19,4 bilhões em maio passado, o polo alcançou pouco mais de R$ 20 bilhões em setembro.
Natal em cana
E, por falar em parlamentar foragido, a deputada cassada Carla Zambelli vai passar o Natal na cadeia italiana.
A Corte de Apelação de Roma adiou para 20 de janeiro de 2026 a decisão sobre sua extradição.
“Zambelli” renunciou ao cargo após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar a perda de seu mandato. O adiamento atendeu a um pedido da defesa.
Sem mimimi
A extradição tem o aval do Ministério Público italiano, que considera que a medida preenche todos os requisitos exigidos pela legislação.
Na avaliação do MP, a ex-parlamentar não foi alvo de perseguição política nem sofreu cerceamento de defesa no processo que resultou em sua condenação no STF.
Piada pronta
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, “condenou” Michelle Bolsonaro a fazer visitas regularmente ao marido.
Michelle avalia recorrer da sentença.
ÚLTIMA HORA
HUGO MOTTA MORDE E ASSOPRA — Mesmo cassando Eduardo Bolsonaro, presidente da Câmara tenta blindar o clã Bolsonaro. O deputado perde o mandato e o salário, mas segue elegível.

Hugo Motta é aquele político “manteiga” que tenta passar a imagem de “isento”, “correto” e “independente”, mas que, na realidade, está a serviço da extrema-direita e, claro, do bolsonarismo. Depois de meses com o filho nº 4 de Jair Bolsonaro foragido nos Estados Unidos, onde passou a armar contra os interesses do Brasil — e sendo pago para isso com dinheiro público —, a Câmara dos Deputados decidiu, enfim, encerrar um constrangimento que se arrastava havia meses.
A perda do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) era inevitável diante do acúmulo de faltas e da ausência prolongada do deputado, que passou o ano fora do país, recebendo salário enquanto atuava politicamente contra o próprio Brasil no exterior.
“Hugo Motta fez, em parte, o que precisava ser feito. E, nesse ponto, livrou a Casa de uma vergonha crescente”, publicou a Veja.
A revista aponta que, ao optar por uma cassação administrativa, baseada apenas nas faltas, a Mesa Diretora preservou os direitos políticos de Eduardo Bolsonaro.
Com isso, o deputado perde o mandato e o salário, mas segue elegível. Em outras palavras, sai da Câmara, mas permanece vivo no jogo político, apto a disputar eleições já no próximo ciclo, mesmo sendo investigado pelo STF.
E, se não for condenado, como foi o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), também cassado, “Bananinha” volta à política com a força dos bolsonaristas e a reza braba diante dos pneus.
ORGULHO

Com o lançamento do foguete HANBIT-Nano, partindo do território brasileiro rumo à órbita da Terra, o Brasil inaugura uma fase comercial em Alcântara, amplia parcerias internacionais e reposiciona o país no cenário aeroespacial.
O lançamento estava previsto para esta sexta-feira (19/12), inaugurando um capítulo inédito da ciência nacional. Pela primeira vez, ocorre em caráter comercial, partindo do território brasileiro rumo à órbita da Terra. A operação sai do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, com o voo do HANBIT-Nano, desenvolvido pela startup sul-coreana Innospace.
Esse lançamento orbital no Brasil simboliza uma virada histórica após décadas de expectativa, desafios técnicos e entraves institucionais que mantiveram a base afastada do protagonismo internacional.
VERGONHA

Quando você vê alguém muito açodado para passar o carro à frente dos bois, desconfie que ele tem o rabo preso ou culpa no cartório. É o caso do deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, o maior defensor da PEC da bandidagem e do PL da Anistia para os golpistas.
Na manhã desta sexta-feira (19), a Polícia Federal (PF) realizou mandados de busca e apreensão no flat onde ele mora, onde encontrou a bolada de R$ 400 mil em espécie, enrolada em um saco preto e escondida dentro de um armário.
Os mandados foram cumpridos no âmbito da operação Galho Fraco, que apura indícios de desvio de cotas parlamentares para cobrir “despesas inexistentes ou irregulares”, de acordo com decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a operação.
E sabe qual foi a desculpa esfarrapada de Sóstenes? O dinheiro seria resultado de uma negociação de imóvel na semana passada.
— Não depositei o valor ainda por causa da correria de trabalho. O imóvel me foi pago com dinheiro lícito, está lacrado, tem origem, então não tenho nada a temer.
Então tá, hein, Sóstenes!
OUTRAS PALAVRAS

“UM CHEFE QUE É CAPAZ DEVE FINGIR SER INCAPAZ; SE ESTÁ PRONTO, DEVE FINGIR-SE DESPREPARADO; SE ESTIVER PERTO DO INIMIGO, DEVE PARECER ESTAR LONGE.” (Sun Tzu, em A Arte da Guerra)