
Então vamos lá: quer dizer que Jair Bolsonaro está gravemente enfermo na UTI e por isso não poderia ser intimado, como foi nesta quarta-feira ( 23) no leito do hospital, onde foi obrigado a assinar uma intimação sobre a abertura da ação penal que o acusa de tentativa de golpe?
A coisa não é bem assim, senhores bolsomínions! Quem de fato está doente gravemente numa UTI participa de live com Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, seus filhos, e o com ex-piloto Nelson Piquet? Recebeu visitas, deu entrevistas, vivia às gargalhadas e participou de propaganda para vender muamba, como o chamado Capacete bravo grafeno, apelidado de Capacete Bolsonaro? É claro que não! Quem passou por uma UTI sabe que ali só estão aqueles que, de fato, correm risco de morte, que estão em coma ou que estão lutando por sua vida com ajuda de médicos sérios e medicamentos importantes para facilitar a intubação e combater bactérias.
A UTI é uma festa
O imbrochável, por sua vez, vinha tratando essa internação na maior galhofa.
Como se a UTI fosse uma festa. Deu até uma entrevista ao vivo para o SBT Brasil, da cama de seu quarto de UTI. Quem está gravemente enfermo faz tudo isso, dentro de Unidade de Terapia Intensiva?
O cabra tá bom!
Então, com a divulgação de live realizada pelo ex-presidente na terça-feira (22) demonstrou a possibilidade de que ele poderia ser citado e intimado na quarta-feira (23), deduziu o Supremo. E por que não?
Então, não me venham, com chorumelas!

Ameaças e grosserias
Bolsonaro ficou tão irritado, que quase janta a coitada da Oficial de Justiça que foi intimá-lo.
— A senhora tem ciência que está dentro de uma sala de UTI, no hospital? –, perguntou, soltando os cachorros sobre a moça.
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Sim, e daí? O imbrochável faz a maior escarcéu dentro da UTI e de repente se acha doente o suficiente para não poder assinar um documento?
Agora condena Hitler...
Quando a Oficial de Justiça disse que estava cumprindo ordens, o imbrochável ficou mais irritado ainda:
Chegou a comparar a atuação da oficial da Justiça às pessoas que cumpriam ordens da Alemanha nazista.
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— Você só está cumprindo ordem aqui, mas o pessoal dos tribunais do Hitler também cumpriam sua missão: colocavam judeus na câmara de gás. Todos pagaram seu preço um dia. Não vai ser diferente no Brasil –, disse.
... Mas já defendeu o nazista!
Sim, o dissimulado Bolsonaro agora condena Hitler e suas ações genocidas.
Mas veze como ele é paradoxal. Há pouco mais de 11 anos, quando ainda era deputado, o ex-capitão fazia um discurso defendendo que estudantes do Colégio Militar de Porto Alegre homenageassem Hitler.
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Segundo reportagem do Congresso em Foco, o nazista foi escolhido como "personalidade admirada" por 84 dos 158 estudantes formados na turma de 1995 da instituição.

Fanzoca do Adolf
O então deputado federal Bolsonaro aproveitou ainda para elogiar a "disciplina" de Hitler e atacar o então presidente Fernando Henrique Cardoso.Com ataques à mídia, Bolsonaro disse:
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— Esses garotos, entre tantos outros, são filhos de militares e estão realmente carentes de ordem e de disciplina neste país. Enquanto o nosso presidente da República não dá exemplo disso, eles têm que eleger aqueles que souberam, de uma forma ou de outra, impor ordem e disciplina. No caso, Hitler.
Arranca o tubo!
O ex-presidente se exaltou algumas vezes durante a intimação na UTI.
Em um dos momentos, gritou com um auxiliar que o alertava do aumento da pressão enquanto discursava e retirou um equipamento que media seus sinais vitais.
Beato Salu
Enquanto Bolsonaro faz live na UTI, o deputado federal do Amazonas, Alberto Neto e o vereador Raiff Matos (PL) firam para a porta do hospital, em Brasília, fazer orações para salvar o imbrochável.
Demita esse cara!
O presidente Lula ordenou a demissão do chefe do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, que já havia sido afastado do cargo, mais cedo, por decisão judicial.
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Ele foi alvo de buscas no gabinete e em sua residência pela Polícia Federal. A exoneração dele foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) por volta das 18h20.
Ferrando aposentados
A PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) fizeram nesta quarta-feira a operação “Sem Desconto”, para combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados feitos por sindicatos em aposentadorias e pensões.
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As entidades cobraram de aposentados e pensionistas R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a PF e a CGU.
Pau no INSS
Em discurso na Câmara dos Deputados, parlamentares criticaram a atuação do INSS.
O amazonense Sidney Leite (PSD-AM) disse que a operação demonstrou que o instituto precisava urgentemente mudar sua gestão.
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— É inaceitável que numa pessoa que se aposenta hoje e que amanhã já esteja recebendo oferta de banco para fazer consignado!
Muito estranho
Para Leite, isso é muito “estranho, é anormal, não é certo”.
— Ou seja, havia um com de quem estava no IN SS para com bancos e para com essas associações –, disparou o deputado.
The Economist errou
E a revista britânica The Economist, hein? Teve que corrigir trecho de reportagem, publicada em 16 de abril e amplamente divulgada pela extrema direita bolsonarista, sobre a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) contra os atos antidemocráticos.
Nota de
Uma declaração atribuída ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, a respeito da eleição de 2022, levou o mesmo a divulgar uma nota refutando a Economist.
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A versão original do texto da Economist afirmava, além de atacar o ministro Alexandre de Moraes, que Barroso teria supostamente dito que a Corte “derrotou Jair Bolsonaro”.
Pingo nos ís
Agora o texto esclarece que o ministro mencionou a derrota do movimento de extrema direita bolsonarista, e não do ex-mandatário em si.
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Os ataques golpistas estão sendo julgados com base no devido processo legal e revista britânica omitiu os fatos.
A verdade
A declaração de Barroso foi proferida em 13 de julho de 2023, durante um evento da União Nacional dos Estudantes (UNE), no qual o ministro afirmou:
— Nós derrotamos a censura, a tortura e o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas.
Carmen Lucia nega...
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, negou provimento ao habeas corpus impetrado pela defesa do ex-deputado federal Roberto Jefferson.
... Habeas corpus a Jefferson
O pedido, com requerimento de medida liminar, tentava derrubar a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que no início deste mês havia igualmente negado habeas corpus ao ex-parlamentar.

Xingou ministra
Roberto Jefferson está preso preventivamente desde outubro de 2022, após resistir à ordem de prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.
O mandado havia sido expedido depois que o ex-parlamentar publicou um vídeo na internet no qual xingava a ministra Cármen Lúcia.
Dia de fúria
Quando policiais federais chegaram à casa de Jefferson, foram recebidos à bala. Segundo a denúncia, o ex-deputado fez ao menos sessenta disparos contra os policiais utilizando uma carabina Smith & Wesson, calibre 5.56x45mm.
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Além disso, ele lançou granadas adulteradas para aumentar seu poder de destruição contra policiais, ferindo alguns deles.
Braga confirma
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vai debater o projeto de lei que dá continuidade à reforma tributária — o PLP 108/2024 — em quatro audiências públicas no mês de maio.
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A confirmação foi feita pelo relator do projeto, senador Eduardo Braga (MDB-AM), que havia apresentado o plano no último dia 2.
Arrecadação do IBS
Os debates estão previstos no plano de trabalho aprovado nesta quarta-feira (23) pela comissão.
O PLP 108/2024 cria um comitê gestor para coordenar a arrecadação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a distribuição dos respectivos valores entre estados e municípios.
ICMS unificado
O IBS irá unificar o ICMS, que é um imposto estadual, e o ISS, que é um imposto municipal.
O objetivo das audiências — que contarão com a presença de especialistas e integrantes do governo, entre outros representantes da sociedade — é dar embasamento às discussões e deliberações a serem feitas pelos senadores.
ORGULHO
Mais uma vez a vida a arte. Com a recente morte do Papa Francisco, o filme Conclave (2024) voltou ao centro das atenções. A obra, que mistura ficção com fatos reais históricos, despertou o interesse de milhões de pessoas ao redor do mundo pelo processo de seleção de um novo papa. As informações são do portal SoNotíciaBoa.
Vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado, o longa é baseado no livro de mesmo nome do autor Robert Harris. Mesmo sendo uma narrativa ficcional, ele ajuda a tornar mais acessível um dos rituais mais reservados da Igreja Católica: o conclave. O filme acerta em retratar vários aspectos reais do funcionamento o Vaticano durante a escolha de um novo pontífice. Veja abaixo o que está alinhado com a realidade. Os cardeais se reúnem na Capela Sistina, onde entregam seus votos em cédulas. O isolamento é verdadeiro, e a fumaça preta ou branca sinaliza o resultado. Os rituais são feitos apenas em italiano ou latim.
VERGONHA

Desde a entrada em vigor da Lei do Feminicídio, há dez anos, a Bahia somou 810 assassinatos de mulheres motivados por ódio. A legislação, que passou a valer em março de 2015, estabeleceu esse tipo de crime como uma circunstância qualificadora do homicídio. Em 2023, a norma passou por uma mudança importante ao reconhecer o feminicídio como crime com pena própria. Ainda assim, a violência persiste: só neste ano, ao menos 24 mulheres já foram mortas por motivação de gênero, o que indica, mais uma vez, que a lei não é suficiente para resguardá-las.
OUTRAS PALAVRAS

“VOCÊS JÁ TÊM UM DEUS BRASILEIRO, QUERIAM UM PAPA BRASILEIRO TAMBÉM?”, Papa Francisco (em entrevista no Brasil)