Na manhã desta terça-feira (5), na saída do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mandou jornalistas calarem a boca e disse – bastante exaltado – que não tem interesse em troca na PF-RJ. Antes de se pronunciar, Bolsonaro conversou com apoiadores e afirmou que, se “dependesse de grande parte dessa mídia, já estava enterrado”. Em seguida, o presidente mostrou um print de uma notícia da Folha de São Paulo que trata sobre a troca do comando da PF-RJ:
— Que imprensa canalha! não tem nenhum parente meu investigado pela PF, nem eu e nem meus filhos!
— O senhor pediu a troca, presidente? –, perguntou uma repórter.
— Isso é uma patifaria! –, gritou Bolsonaro.
— O senhor pediu alguma troca no Rio? –, perguntou novamente a repórter.
— Cala a boca! Não te perguntei nada! –, gritou mais uma vez.
Os apoiadores vibraram.
—O senhor pediu a troca, presidente? –, insistiu outro repórter.
— Cala a boca! Cala a boca! –, irritou-se ainda mais o capitão.
Já vimos esse filme
O novo ataque do presidente Jair Bolsonaro a jornalistas nesta terça-feira (5) trouxe à tona um episódio do período da ditadura militar. Em dezembro de 1983, já na “lenta e gradual” reabertura, o general Newton Cruz mandou um jornalista se calar.
Filhote da ditadura
O alvo de Cruz foi Honório Dantas, jornalista da Rádio Planalto. Dantas questionava o general por medidas de emergência decretadas pelo governo no Distrito Federal.
— Deixa eu falar! –, gritou Cruz.
— Pode falar, general! –, respondeu o repórter.
— Desliga essa droga então! –, finalizou o militar.
Chave de braço
Cruz se retirou e Dantas então disse que tinha “orgulho do empurrão”. Foi quando o general voltou, chamou o profissional de imprensa de “moleque” e deu uma chave de braço no repórter até que ele pedisse desculpas.
Nem todos se calam
A deputada federal Shéridan Estérfany Oliveira (PSDB-RR) foi uma das poucas parlamentares da bancada amazônica a se manifestar contra os gritos de “cala boca!”, que Bolsonaro vociferou contra os jornalistas.
— Não, presidente. Ninguém vai calar a boca por ordem sua, pois a democracia não aceita mordaça. A imprensa seguirá cumprindo sua missão, mesmo sendo alvo de ataques inclusive físicos.
Imprensa livre
Shéridan lembrou que é preciso dar uma resposta aprovando o PL de sua autoria que define garantias à livre imprensa. A deputada apresentou um projeto de lei que tipifica o impedimento da liberdade de imprensa como crime de abuso de autoridade. O objetivo é penalizar criminalmente ações que censurem a atividade jornalística ou que insultem o profissional de imprensa.
Apelo aos ricos
O prefeito Arthur Virgílio (PSDB) oficializou nesta terça-feira, 5/5, o pedido de ajuda aos países mais ricos. Ele lançou a campanha SOS Manaus, fazendo o apelo para que o mundo ajude os guardiões da floresta tropical.
— Essa mensagem é, ao mesmo tempo, humilde e altiva – argumentou o prefeito.
Barbárie se aproxima
O prefeito disse que Manaus está fazendo o melhor, mas ainda é pouco em frente à barbárie que se aproxima.
— Precisamos de toda ajuda possível –, diz o prefeito, no vídeo gravado em três idiomas e enviado a 21 embaixadas.
Alô, alô planeta!
Virgílio explica que está chamando o planeta para olhar para Manaus, no centro da Amazônia, e “cuidar das pessoas dessa terra, que precisam manter a esperança e sustentar suas vidas”.
— Manaus precisa urgente de ajuda. E de um jeito nobre, por ser a cidade que diariamente ajuda o mundo com sua magnífica floresta e notáveis rios —, justifica o tucano.
Que feio, hein La Campelo?
A deputada Alessandra Campelo (MDB) parece que aderiu à proposta do presidente Bolsonaro de colocar fim ao isolamento. Em requerimento apresentado nesta terça-feira, 5 de maio, ela propôs a volta das sessões plenárias presenciais na Assembleia Legislativa do Amazonas.
Sessão virtual
Por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as sessões estão acontecendo no formato on line ou virtual desde o dia 24 de março, o que é correto.
Paradoxal
O mais paradoxal ainda é o raciocínio de La Campelo. Embora tenha proposto a volta das sessões presenciais, a deputada sugeriu que todas as medidas de distanciamento social sejam obedecidas.
— Cada deputado ou deputada teria o máximo de cinco assessores no prédio – sugere.
Aí já é aglomeração
Ops! A Assembleia tem 24 deputados. 24X5= 120 pessoas. Se colocar aí os profissionais de imprensa, motoristas e contínuos isso aí vai beirar 500 pessoas. É ou não uma aglomeração, não recomendada pela OMS?
Perguntar não ofende
Vem cá, no momento em que todo mundo implora para que a população de Manaus fique em casa, a vice-presidente da Assembleia Legislativa vem na contramão e pede o fim do isolamento?
Cadê a babita?
O Deputado Federal Sidney Leite (PSD) criticou a atuação do Ministério da Saúde que até agora só repassou aos estados apenas 12% dos R$ 21,3 bilhões reservados para enfrentamento da pandemia de covid-19, conforme uma matéria do portal poder360.
— Em meio a pior crise sanitária e econômica da história do nosso estado e do nosso país a incapacidade de gestão do Ministério da Saúde é impressionante.
Dinheiro parado
Leite disse que o dinheiro está parado em Brasília enquanto o povo está nas filas e os médicos sem equipamentos.
— O Amazonas vive provavelmente a pior crise da sua história, onde o sistema de saúde está em colapso e as pessoas estão morrendo sem sequer conseguir ser atendidas –, protestou o parlamentar.
Triste partida
O vereador Elissandro Bessa (Solidariedade) cobrou que a Prefeitura precisa informar a população sobre as medidas que estão sendo adotadas nesse período nos cemitérios. Para ele, é preciso ficar claro que nem todas as mortes são causadas pelo covid-19.
Direito ao adeus
É preciso informar a população, para que não haja conflito e nem imprevistos dessa natureza, alertou o vereador.
— Sabemos que muitas pessoas alugam ônibus para levar a família e amigos ao enterro e agora estão sendo são surpreendidas com a notícia, dada na porta do cemitério, de que não podem entrar –, questionou.
ORGULHO
Um empresário de Loanda, no interior do Paraná, se reinventou na crise e desenvolveu um totem com pedal para liberar álcool em gel, sem que a pessoa precise tocar no frasco com a mão. Basta pisar no pedal do totem, que a torneirinha no alto solta o líquido pra higienizar as mãos. O ‘dispenser’ de aço foi desenvolvido para ser instalado em locais públicos, onde muita gente põe a mão no frasco de álcool em gel, em tempos de coronavírus. Ele é acionado com o pé e evita o contato com as mãos que, contaminadas e levadas ao rosto, nariz, boca e olhos, podem levar vírus para o organismo.
VERGONHA
Já era tempo de acabar com essa atrocidade que vergonha. A lei aprovada no mês passado, que proíbe e criminaliza a mutilação genital feminina – MGF – no Sudão, só depende agora da aprovação de integrantes do conselho soberano do país para finalmente entregar em vigor. Esse conselho foi criado após a expulsão do ex-ditador Omar al-Bashir. De acordo com a lei aprovada, qualquer pessoa encontrada realizando MGF pegará até três anos de prisão, de acordo com um documento visto pelo jornal inglês Guardian.