No momento em que os índios vêm sendo tratados como se não fossem seres humanos – correndo o risco, inclusive, de um genocídio com o avanço da Covid-19 para as aldeias –, o Amazonas dá um grande exemplo nesta terça-feira, 26, ao inaugurar uma ala hospitalar com 53 leitos, destinada ao atendimento de índios infectados pelo novo coronavírus. Nunca, na história, os índios estiveram tão ameaçados. Por isso o hospital é uma esperança para evitar uma tragédia anunciada. O espaço foi adaptado à tradições e costumes indígenas e instalado no Hospital de Retaguarda Nilton Lins, que, desde abril, é considerado referência para o tratamento de pacientes com covid-19.
Dignidade aos índios
Para quem estava lá, o momento mais comovente na cerimônia foi a reação dos índios.
— Foi gratificante ver a emoção dos indígenas quando eles viram as redes na enfermaria. Escutar a índia Vanda Wytoto dizendo ‘Agora sim eu vi que isso é para nós’ –, disse a D&F a secretária de Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), Carolina Braz.
Brilho nos olhos
Carolina Braz disse que se sentiu privilegiada em participar de um dia tão importante para o combate à ameaça que paira sobre as nações indígenas do Amazonas.
— Não tem preço o sentimento que tive ao olhar nos olhos desse povo, que por séculos foi esquecido e marginalizado, a emoção de se sentir parte, de se ver incluído. Isso mostra que nós estamos avançando no respeito e na garantia de dignidade aos povos indígenas.
Pedaço da aldeia
O governador Wilson Lima também observou os cuidados e o respeito com as tradições indígenas. Até os leitos foram montados de acordo com as tradições indígenas, colocando, inclusive, redes.
— Há um espaço voltado para as tradições indígenas, como uma sala para o pajé, e todas aquelas orientações acordadas com os profissionais que irão atuar aqui –, disse.
Sem comentários
A cerimônia de inauguração, que contou com a presença do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.
Mas Pazzuelo não quis conversa com a imprensa. Que falou foi e do secretário Especial de Saúde Indígena do ministério, Robson Santos da Silva.
Não vai ter boi
Agora é fato consumado.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, a Amazon Best, operadora oficial do Festival de Parintins, comunica o adiamento do evento.
Ingressos garantidos
Contratada pelos bois Caprichoso e Garantido para a venda dos ingressos e camarotes do Festival Folclórico de Parintins a empresa comunica o adiamento do Festival que seria realizado nos dias 26, 27 e 28 de junho.
Para os clientes que compraram ingressos para o Festival de Parintins 2020, a empresa informa que eles “podem ficar fiquem tranquilos”, pois seus ingressos já estarão válidos para a nova data do evento.
Adiado não é cancelado
No entanto, é preciso deixar claro que a Amazon Best não é realizadora do Festival. E depois, “adiado não é cancelado”.
Logo, ainda existe a esperança de que os verdadeiros realizadores do boi – Secretaria de Estado da Cultura, Prefeitura Municipal de Parintins e Agremiações Folclóricas Caprichoso e Garantido – anunciem, em breve, a nova data do evento.
Na lona
Mas é preciso admitir que será muito difícil superar, ainda em 2020, dos impactos sociais e econômicos da pandemia. Principalmente, em se tratando do setor de eventos e turismo, um dos mais atingidos pela crise.
Inimigo nº 1
Não bastam os números estarrecedores da pandemia: 24.512 mortos por Covid, 600 mil pequenas empresas fechadas, 1,5 milhão de novos desempregados.
Para o presidente Jair Bolsonaro isso é coisa normal. Por isso ele elegeu como “inimigo número” um não o combate à Covid, mas os governadores – vide o pente fino, ontem, na vida do governador do Rio, Wilson Witzel.
Diz uma coisa...
Como é do seu estilo, Bolsonaro morde e assopra. Diz uma coisa de manhã, nega à tarde, vota a reafirmar à noite. Em nota oficial publicada dia 25/05, o presidente disse garantiu a defesa da democracia, pregou união entre os Poderes da República e uma atuação “para termos uma verdadeira independência e harmonia entre as instituições da República, com respeito mútuo”.
...faz outra!
Mas, na prática não é isso o que acontece – vide a reunião com os ministros onde governantes foram chamados de “bosta”, “estrume” e ministros do STF de “vagabundos”. Isso tudo diante do presidente que nada fez e sequer chamou a atenção ou puniu algum ministro.
Tudo pela democracia
Enquanto isso, o Legislativo continua estendendo a mão em direção ao ex-capitão, no melhor estilo paz e amor.
Em pronunciamento na abertura da sessão desta 3ª feira (26.mai.2020), o presidente da Casa, Rodrigo Maia focou o entendimento entre os poderes e a preocupação em preservar a democracia.
Com açúcar e com afeto
A nota publicada nesta terça-feira, 26, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é um tratado com “açúcar e com afeto”, pelo bem Apesar de ter mandado alguns recados ao presidente da República.
— Nosso grande desafio é derrotar o coronavírus, vencer a gravíssima crise social e econômica que está à nossa frente, preservando nossa democracia. Repito, preservando a nossa democracia –,repetiu Maia.
Fiel escudeiro
A fala de Maia agradou ao deputado do Amazonas, Marcelo Ramos (PL), fiel escudeiro do presidente.
— Um país solidário às vítimas, sensível a luta dos profissionais de saúde, unido pela superação dos efeitos sanitários, econômicos e sociais da crise é o que todos esperam de nós –, disse Ramos em nota enviada à D&F.
Caminho da barbárie
Ramos observou que a humanidade sempre enfrentou as crise da democracia por dois caminhos.
— Pelo autoritarismo, que nega as instituições e procura fragilizá-las. Isso sempre levou à barbárie. E pelo aprofundamento da democracia, que pressupõe, diálogo, tolerância, respeito e fortalecimento das instituições democráticas.
Marcelo paz e amor
E reforçou o discurso “paz e amor” de Rodrigo Maia.
—Estamos prontos para servir ao Brasil. Estendemos as mãos ao presidente da República com o compromisso de sermos ágeis e responsáveis nas pautas de enfrentamento à crise.
Dante do festival de confetes, Bolsonaro deve ter adorado. E Centrão, crescendo ainda mais o olho gordo, agradece.
Ops! fronteira errada
O vereador Elias Emanuel (PSDB) manifestou preocupação com o fechamento das fronteiras brasileiras com os Estados Unidos. Bom antes é preciso explicar o vereador que o Brasil não faz fronteira com os Estados Unidos.
O que Elias quis dizer é que os EUA decidiram barrar a entrada de pessoas vindas do Brasil por causa da pandemia de coronavírus. O vereador tucano está preocupado com impacto que o Decreto de Donald Trump pode causar no turismo amazônico e brasileiro.
— Lamentavelmente isso passa um recado ao mundo inteiro, muito negativo para nós, porque lá fora o que ressoa é a incompetência do governo brasileiro diante da pandemia –, alfinetou Elias.
Agora somos pária
O veto aos brasileiros, para ele, o descredencia o Estado brasileiro no exterior.
— Isso nos torna cada vez mais, na linguagem diplomática, um pária, um país que não é respeitado –, arregaçou o vereador.
Grandes fortunas
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) é um dos responsáveis pelo crescimento das interações dos cidadãos com o Senado durante a pandemia do coronavírus.
De acordo com o Portal e-Cidadania, um exemplo desse crescimento é o projeto (PLP 183/2019) de taxação de grandes fortunas apresentado pelo senador do Amazonas.
Bombando
Até a pandemia, ele havia recebido 1.400 interações no Portal, número que saltou para 330 mil após a decretação do estado de calamidade.
ÚLTIMA HORA
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, desafiou o senador Flávio Bolsonaro a levatar os seus sigilos bancário e elefônico. Alvo de uma operação da Polícia Federal nesta terça-feira, 26, Witzel teve aparelhos celulares apreendidos e tem negado irregularidades.
— Senador Flávio Bolsonaro, o senhor, que some com o Queiroz e foge da Justiça, faça como eu: abra seus sigilos bancário e telefônico e deixe que investiguem sua rachadinha e da sua família. Meu sigilo está à disposição da Justiça. Aguardo o seu. Quem não deve não teme –, disse Witzel pelo Twitter.
ORGULHO
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta que 10 mil crianças e adolescentes foram adotados nos últimos cinco anos no Brasil. Mas ainda restam 5 mil aptas para adoção, que estão na fila de espera. E há mais de 34 mil pretendentes. O tempo médio, entre o pedido e a aprovação da adoção, é de 4,3 anos. O relatório mostra que a maior parte dos adotantes ainda prefere crianças pequenas. Segundo o Conselho, 51% foram de crianças de até 3 anos; 27% de crianças de 4 até 7 anos; 15% de crianças de 8 até 11 anos e 6% foram de adolescentes acima de 12 anos.
VERGONHA
O presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta terça-feira (26) que os veículos de comunicação que deixaram de fazer a cobertura no Palácio do Alvorada por questões de segurança estão se vitimizando. Desde esta terça, o jornal Folha de S.Paulo e os veículos do Grupo Globo deixaram a cobertura no local, após uma série de incidentes envolvendo os apoiadores do presidente, que ficam a poucos metros do espaço destinado para a imprensa. Ameaças e agressões verbais viraram uma constante.
A Folha de S.Paulo decidiu suspender a cobertura jornalística temporariamente até que o governo federal ofereça segurança aos profissionais de imprensa. A mesma decisão foi tomada pelo Grupo Globo.