A Cúpula da Amazônia, realizada em Belém (PA) esta semana, deixou muito a desejar. Principalmente no que se refere aos índios, inexplicavelmente excluídos da programação oficial da conferência. Em resposta à discriminação dos “ homens brancos” , cerca de 600 indígenas da bacia amazônica se reuniram, longe dos holofotes e da megaestrutura montada para a Cúpula da Amazônia. É simbólico quando os principais detentores do conhecimento das florestas ficam de fora dos debates em torno da preservação da Amazônia.
— Não fomos convidados, mas viemos para Belém, porque a nossa luta é feita de resistência –, protestou Toya Manchineri, coordenador geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), uma das organizações indígenas que idealizaram e realizaram a Cúpula dos Povos Indígenas.
Raoní cansado da luta
O encontro histórico ocorrido na capital paraense foi aberto pelo líder indígena cacique Raoni Metuktire, do povo Kayapó, que lembrou da sua longa trajetória de luta pelos direitos dos povos indígenas.
— Eu já estou cansado, mas me fortaleço vendo vocês aqui –, disse Raoni.
Resistência indígena
Durante quase 10 horas, sob forte calor, em cadeiras plásticas, na Aldeia Cabana, lideranças indígenas abordaram justamente os temas que mais preocupam seus povos e que estão na pauta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Entre eles a Ferrogrão, a exploração de petróleo na Foz do rio Amazonas, o crédito de carbono e a bioeconomia – defendidos como frentes viáveis ao desenvolvimento da região, apesar dos impactos e das controvérsias.
Pauta furada
Por outro lado, os líderes dos oito países que participaram da Cúpula da Amazônia não conseguiram chegar a um consenso sobre a exploração de petróleo na região e sobre a pauta desmatamento zero em 30 anos.
E o desmatamento zero?
A chamada Declaração de Belém, divulgada nesta terça-feira (08/08), ressalta o objetivo comum de evitar o "ponto de não retorno da floresta amazônica", o que significa limitar o desmatamento em até 20% do bioma, de modo a impedir um processo irreversível de desertificação.
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O documento, no entanto, não menciona metas ou prazos para a conservação florestal. A meta de desmatamento zero, defendida pelo Brasil e pela Colômbia, foi mencionada no preâmbulo da declaração apenas como "um ideal a ser alcançado".
Governo dividido
Presente à Cúpula da Amazônia, o presidente Lula chegou a falar em uma "transição ecológica", que disse ser uma oportunidade para a Amazônia deixar de ser fornecedora de matérias-primas para o mundo.
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Seu governo, porém demonstrou estar dividido sobre a exploração de petróleo no bioma amazônico.
Racha entre ministros
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu que a Petrobras possa fazer pesquisas para avaliar a viabilidade de petróleo na foz do rio Amazonas.
Marina endurece
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, por sua vez, condenou o que chamou de "atitudes erráticas" e disse que zerar o desmatamento não será suficiente para garantir a sobrevivência da Amazônia, mas sim, o fim do uso de combustíveis fósseis.
Vigilância em Manaus
A Declaração de Belém inclui ainda a criação do Centro de Cooperação Policial Internacional, com sede em Manaus, no intuito de viabilizar a integração das polícias dos oito países.
Combate ao narcotráfico
Os líderes concordaram em estabelecer um Sistema Integrado de Controle de Tráfego Aéreo para o combate ao narcotráfico e outros crimes na região amazônica, além da criação de mecanismos financeiros de fomento do desenvolvimento sustentável, com destaque para a Coalizão Verde, que reúne os bancos de desenvolvimento da região.
Brasil condena assassinato
“Um ato de deplorável”. Foi assim que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu ao assassinato a tiros do candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio, na noite desta quarta-feira (9).
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Em nota, o Itamaraty manifestou "profunda consternação" diante da notícia da morte.
Justiça para Villavicencio
A nota diz que o governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, do assassinato.
Disse ainda ter a “confiança de que os responsáveis por esse deplorável ato serão identificados e levados à Justiça”.
A dancinha da Colmeia
Uma cena inusitada chamou a atenção das redes sociais nessa quarta-feira (9/8).
Após serem soltas, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, bolsonaristas brindaram e fizeram uma espécie de dancinha do TikTok da “libertação”.
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Usando tornozeleiras e a roupas da Penitenciária Feminina do Distrito Federal – mais conhecida como Colmeia -, um grupo de mulheres presas nos atos golpistas de 8 de janeiro comemoraram a liberdade.
Então, tá!
Na saída da cadeia, exibindo tornozeleiras no mocotó, as golpistas cantavam assim:
— Para a família estamos voltando/ a temporada na Colmeia está acabando/ Olê olê, olê olê, fui para a Colmeia foi por mim, foi por você.
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Agora, só tem uma coisa: se o Xandão assistir o vídeo do deboche, volta tudo para cadeia.
Anderson chafurda na lama
Quanto mais chafurda, mais o ex- ministro da Justiça, Anderson Torres, afunda na lama.
Agora o bolsonarista juramentado diz que agentes da Polícia Federal, desempenhando o papel de inteligência contra o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, foram expulsos por bolsonaristas e pelos próprios militares do Exército Brasileiro.
Ministro sem moral
À Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), Torres disse, nesta quinta-feira (10) ) que era ministro do governo Bolsonaro à época dos fatos, e que não tinha atribuições para desmobilizar o acampamento.
Perguntar não ofende
Se o então ministro da justiça não tinha moral para desarticular um movimento extremista que tinha fins golpistas, quem teria?
Cara de pau
Aliás, esse Anderson é mesmo um cara de pau.
Às vésperas dos atos de 8/01, com todo um cenário indicando que havia algo de anormal em Brasília - ônibus chegando de todas as partes do Brasil, no mesmo horário apinhados de bolsonaristas; tentativa de bomba no aeroporto; invasão da sede da Polícia Federal –, o Secretario de Segurança do Distrito Federal (ele mesmo, Anderson Torres), viaja para os Estados Unidos.
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E ainda tem a cara de pau de dizer, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que a responsabilidade pelo número de policiais na Esplanada dos Ministérios no dia 8 de janeiro era da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Samba do caviar
Outro momento do depoimento de Anderson, digno de óleo de peroba na cara, foi quando o ex-ministro respondeu sobre ao minuta de golpe de estado encontrada em sua residência.
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A resposta foi quase idêntica ao samba de Zeca Pagodinho sobre o caviar: “nunca vi, nunca li eu só ouço falar!...”
Primeiro os meus
Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a proposta de orçamento de 2024 para a Suprema Corte.
O projeto do Supremo prevê um valor de R$ 897.877.951, que representa um aumento de 5,4% em relação ao orçamento do ano passado.
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O projeto do STF inclui um aumento do salário dos ministros do STF, que hoje é de R$ 41,6 mil e passará a ser de R$ 44 mil a partir de fevereiro de 2024.
Primeiro os meus 2
Em dezembro do ano passado, o Congresso Nacional aprovou um aumento escalonado de 18%, parcelado ao longo de três anos.
Em 2025, esse valor vai subir para R$ 46,3 mil.
Correu do pau
Após desafiar Mark Zuckerberg para uma luta no octógono e o dono do Facebook aceitar o duelo, Elon Musk parece estar desistindo da ideia do combate físico para enfrentar o concorrente em um debate.
Debate e não embate
Após o chefe do TED Talks, Chris Anderson, postar no Twitter defendendo um debate ( e não um embate) entre os bilionários sobre "como construir um futuro incrível" em vez da luta, Elon Musk respondeu que "isso soa como uma boa ideia também".
ÚLTIMA HORA
PÂNICO NO ENTORNO BOLSONARISTA – Possível delação de hacker pode entregar todo mundo
A possível delação premiada de Walter Delgatti Neto tem causado temor no entorno bolsonarista – não apenas no núcleo político, mas também entre militares.
É o que informa o blog de Andréia Sadi no site G1. Desde que o advogado do hacker da Vaza Jato, Ariovaldo Moreira, contou em entrevista à Globo News que seu cliente teria sido chamado por Carla Zambelli para integrar a comissão de militares que iria ajudar a fiscalizar as urnas eletrônicas, a preocupação aumentou. Na última semana, Moreira disse que Delgatti esteve no Ministério da Defesa para reunião e que teria elaborado as perguntas de Bolsonaro encaminhadas ao TSE. Os detalhes desse enredo – envolvendo militares – têm causado pânico nos bastidores de Brasília entre militares bolsonaristas. Se comprovado, ministros do STF ouvidos avaliam que não só é um escândalo como pode também arrastar para o centro do roteiro do golpe a cúpula militar que estava ao lado de Bolsonaro durante o período eleitoral.
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A informação que corre nos bastidores é de que o hacker está decidido a falar.
Resta saber se ele tem como provar o que promete revelar sobre como o núcleo duro de Bolsonaro chamou um hacker para participar de um projeto golpista envolvendo urnas eletrônicas e invasão do sistema judiciário.
ORGULHO
Taí uma boa notícia. Brasileiros terão isenção de visto para viagens a turismo ao Japão a partir de 30 de setembro. A isenção do documento foi definida pelos governo do Brasil e japonês. É o chamado acordo bilateral ou isenção recíproca, valendo também para japoneses que queiram ingressar em território brasileiro. A informação foi divulgada pelo Itamaraty, o Ministério de Relações Exteriores. A isenção do visto será por até 90 dias. Ao mesmo tempo, o Brasil também concederá isenção de visto aos japoneses em visita ao Brasil. Segundo nota do MRE, a isenção terá validade inicial de três anos, e passa a vigorar a partir de 30 de setembro de 2023. O acordo de isenção terá validade inicial de três anos, e vigorará a partir de 30 de setembro de 2023.
VERGONHA
A Justiça acatou pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e determinou a volta à prisão de uma mulher que publicou em rede social um vídeo no qual enfeita uma tornozeleira eletrônica. Presa por tráfico de drogas, Camila Fogaça de Almeida cumpria prisão domiciliar em Itaí, no interior de São Paulo. Na legenda do vídeo, com 32 mil visualizações até esta terça-feira (1/8), Camila escreveu “vamos mudar um pouquinho, quem gostou comenta aí”. a promotoria destacou que o réu deve “abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça”, segundo trecho da Lei 12.258/2010. Pra deixar de ser abusada, a ré passou por audiência e foi transferida para a Penitenciária de Pirajuí, onde cumpria pena anteriormente.