O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz, demonstrou muito incômodo com as manifestações neste sábado (1º) em apoio ao presidente da República e que pediam intervenção militar. Segundo ele, apoiadores do presidente foram até a frente da sua casa, em Manaus, e desferiram ataques pessoais.
O senador do Amazonas disse nesta segunda-feira (3) que não irá confundir a ação do ex-ministro da Saúde e general da ativa, Eduardo Pazuello, no Ministério da Saúde com as Forças Armadas.
— Não vamos colocar o Exército como investigado, porque isso só interessaria a uma pessoa. É o que o Bolsonaro quer –, disse o presidente da comissão.
General aqui não
A previsão é a de que Pazuello preste depoimento à Comissão nesta quinta-feira, 5/05.
— Pazuello não será chamado de general por mim. Quem estará ali é o ex-ministro da Saúde –, avisou Aziz.
Impeachment descartado
E por falar em Omar Aziz, o senador foi o entrevistado desta segunda-feira, 3, do programa Roda Viva, da TV Cultura.
Ao responder sobre possíveis desdobramentos da CPI da Covid, afirmou que seria uma "irresponsabilidade política" falar em impeachment do presidente Jair Bolsonaro neste momento.
Irresponsabilidade política
Para Omar, é precipitado tratar de punições decorrentes de descobertas feitas pela comissão.
— Em relação a conclusões, é muito precipitado uma investigação que nem começou ainda a gente falar em punições, muito menos falar em impeachment. Isso seria uma irresponsabilidade política, social com o Brasil –, disse Aziz.
Não vou politizar
Omar também declarou que a Comissão não se deixará levar por tentativas de vingança entre adversários políticos. Segundo o senador, a CPI cumprirá seus objetivos de apurar responsabilidades na crise que resultou em centenas de milhares de mortes e no colapso do sistema de saúde em diversos Estados.
Efeito CPI
O líder da maioria no Senado e membro titular da CPI, Eduardo Braga (MDB-AM), acredita que o trabalho de investigação do colegiado poderá, além de apontar os erros na gestão da crise, surtir efeito no comportamento futuro de chefes de executivos no país frente à pandemia.
Há controvérsias
Talvez Eduardo Braga esteja certo em relação a governadores e prefeitos. Mas, em relação ao presidente da República, temos razões de provas para duvidar, não é não?
Aqui e agora
Para o senador essa CPI é absolutamente distinta das outras, porque ela “acontece durante o fato”.
— A CPI pode esclarecer fatos passados e mudar o comportamento do governo federal e de governos estaduais e municipais em relação a fatos presentes e futuros –, afirmou.
É mas não é
Embora não declare o cargo vago, o vice-governador do Amazonas, Carlos Alberto Almeida Filho disse que se manterá afastado do governo até o final do mandato.
Em resumo, Almeida é vice-governador de direito, mas não de fato.
Velha politica
Em entrevista à CBN Amazônia, Carlos Alberto explicou que tomou essa decisão porque não compactua com a “quadrilha” que se instalou no governo e deu outro rumo à administração que não aquele prometido durante a campanha.
Nome aos bois
Instigado pelos radialistas a dar o nome da “quadrilha’, o vice disse que o termo (pesado) empregado por ele não era dele, mas do relatório da Polícia Federal sobre as investigações das denuncias contra o governo..
Sem arrependimentos
Carlos Alberto disse que não se arrepende de ter aceitando ser candidato a vice-governador, na eleição que elegeu Wilson Lima.
— Arrependido eu estaria se continuasse no governo pois estaria compactando com tudo aquilo que eu não concordo -, justificou.
Garimpo ilegal
O presidente da Assembleia Legislativa, Roberto Cidade, disse nesta segunda-feira, 3, que o garimpo ilegal em nosso Estado não é algo novo e “não será resolvido de maneira fácil” .
A cutucada do deputado aconteceu depois da denúncia de garimpo ilegal na foz do Rio Cauburis, entre os municípios de Santa Isabel do Rio Negro (distante 630 km de Manaus em linha reta) e Barcelos (399 km), dentro de Terras Indígenas Rio Negro I e II.
Índios contaminados
Cidade advertiu que os garimpos ilegais causam preocupação não somente pela agressão ao meio ambiente, mas também pela possibilidade de contágio dos indígenas pelo coronavírus e suas variantes.
— Caso os indígenas sejam contaminados com a doença, muitos podem vir a óbito e até causar a extinção de etnias, considerando a distância e dificuldade de deslocamento para tratamento médico adequado – alertou o presidente.
Gado condenado
Na última semana de abril, a JBS (JBSS3), reconhecida como a maior produtora de carne bovina do mundo, foi pressionada pela Anistia Internacional a interromper a compra de gado bovino que tenha pastado ilegalmente em área protegidas na Amazônia.
— A conservação da Amazônia passa também pela proteção das populações que habitam a região. Exigimos o fim das violações de direitos humanos de brasileiros e brasileiras que vivem lá –, afirma Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil.
Indenizar os índios
Eletronicamente a entidade entregou mais de 57 mil assinaturas de pessoas de 84 países da petição “Diga à JBS para não comprar gado ilegal da Amazônia”, à diretoria da empresa.
— A JBS precisa assumir um compromisso público em parceria com seus fornecedores, para indenizar indígenas e moradores das áreas protegidas onde houve criação de gado ilegal –, cobra
Comandante esnobou
Ao emos cinco deputados reagiram à postura do comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), coronel Ayrton Norte, foi convidado para prestar esclarecimentos sobre o não pagamento do auxílio-fardamento e das promoções dos policiais militares e não deu a mínima.
Norte se limitou a mandar um recado: se eles quiserem que venham aqui na sede do Comando-Geral da PM.
Os 5 indignados
Dermilson Chagas (Podemos), Serafim Corrêa (PSB), Delegado Péricles (PSL), Carlinhos Bessa (PV) e Wilker Barreto (Podemos) criticaram duramente a postura do comandante-geral da PM.
Medo de cara feia
Wilker Barreto arquivou o discurso moderador e aumentou o tom de voz, mandando um recado desaforado ao coronel:
— Ou ele vem à Assembleia, convidado, num gesto de respeito a esta Casa ou iremos até o Comando porque eu não tenho medo de cara feia! —, avisou o deputado.
Melhor fechar
O deputado Dermilson Chagas disse que é um acinte a forma íntima como o Governo do Amazonas trata a Assembleia:
— É notório como o Governo trata esta Casa com muita intimidade.
Se a Casa não consegue uma resposta do Governo às nossas solicitações, se eles não atendem os nossos pedidos e viram as costas para nós, é melhor fechar a Assembleia.
Violação de direitos
A Anistia adverte anda que a criação de gado ilegal favorece outras práticas também associadas às violações de direitos humanos como a grilagem, a invasão de terras e o desmatamento.
Netinho apoia golpe
Manno Góes, compositor e músico baiano, criticou o cantor Netinho por cantar 'Milla' durante o ato pró-Bolsonaro realizada na Av. Paulista, em São Paulo, no último sábado (1º). A canção foi um grande hit nos anos 90 e é de autoria de Góes.
— Netinho ontem cantou Milla no ato em que pessoas brancas, na Paulista, gritavam “eu autorizo”, para Bolsonaro. Autorizam o que? Golpe militar? Portanto, eu NÃO AUTORIZO esse débil mental de cantar minha música. Já entrei na justiça e retirarei todos os vídeos que tiverem isso –, escreveu Góes em sua conta no Twitter.
ÚLTIMA HORA
A dúvida que atormenta Bolsonaro
Na tentativa de se aproximar do senador e relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), e abrigar de vez o MDB na sua base aliada para amenizar os impactos da investigação no Senado, Jair Bolsonaro foi ao encontro do ex-presidente José Sarney. De acordo com o senador e líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), o encontro foi para “quebrar o gelo” de Bolsonaro com os emedebistas. “Foi uma tentativa do presidente de quebrar o gelo e abrir um canal de interlocução com o partido.” De acordo com a coluna do Lauro Jardim, de O Globo, no encontro fora de agenda entre Jair Bolsonaro e José Sarney, o presidente esperou a reta final da conversa para tirar uma dúvida que deve atormentá-lo nestes tempos de CPI da Pandemia.
Perguntou Bolsonaro:
— O Renan é mesmo muito amigo do Lula?
A conversa entre os dois aconteceu na terça-feira passada na casa do ex-presidente, que acaba de completar 91 anos.
ORGULHO
O ex-professor Marcelo Siqueira, de 87 anos, teve que colocar à venda o fusca ano 1972 – uma relíquia que ele preservou durante metade da vida com todo carinho. Como o dinheiro da aposentadoria não estava dando para sobreviver, só restou a ele vender o velho companheiro verde. Mas o que Marcelo não esperava era o carinho de ex-alunos dele. A turma criou um grupo no WhatsApp, fez uma vaquinha, comprou o carro de volta e entregou para o ex-professor, numa surpresa emocionante. O caso aconteceu em Curitiba, no Paraná, onde Marcelo deu aulas como professor de História e Geografia da Escola Estadual Dona Carola.
VERGONHA
A Comissão de Justiça e Redação da Câmara Municipal do Rio – órgão responsável por aceitar ou rejeitar denúncias contra os vereadores –, decidiu, por unanimidade, aceitar a cassação do mandato de Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (afastado pelo Solidariedade). A sessão entre os três membros da comissão, os vereadores Inaldo Silva (Republicanos), Alexandre Isquierdo (DEM) e Doutor Gilberto (PMN), foi realizada às 14h30 desta segunda-feira. A denúncia tinha sido encaminhada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar há uma semana. O conselho aprovou, também por unanimidade, o afastamento do vereador, preso no dia 8 de março pela acusação de torturar e matar o seu enteado, o menino Henry Borel, de 4 anos.