Dito & Feito: O TEMPO FECHOU NA CÂMARA DE MANAUS

O pau comeu na sessão do grande expediente da Câmara Municipal de Manaus, nesta quarta-feira (9).

O vereador  Rodrigo Guedes (PP) foi colocado nas cordas pelo  colegas  Aldenor Lima (União) e Eduardo Alfaia (Avante), e passou a ser  acusado das mais horrendas violações de decoro e ética parlamentar, ente elas ataques a uma criança com deficiência.

Sem citar nome, parta não abrir direito de resposta, Aldenor acusou Guedes de   interromper uma entrevista que ele estava dando à imprensa para coagi-lo a assinar um pedido de CPI. O vereador não gostou e saltou nas tamancas:

— Um certo  vereador veio até a mim, tentar  me coagir para assinar a CPI. Mas o meu mandato é pautado por mim e ninguém tem esse direito de me coagir!

Aldenor acusou Rodrigo de filmar todo mundo para depois fazer os cortes no contexto  e lacrar aqueles que não concordam com ele.

Escritório do crime

Aldenor estava furioso e disse que “ esse vereador” pratica esse crime de fake News de  forma reiterada.

— Não existe uma só pessoa aqui nessa Casa que não tenha sofrido com as fake news de seu escritório do crime! –, arregaçou Aldenor.

Pedido de cassação

O vereador anunciou que vai ingressar com um pedido de cassação do mandato “desse parlamentar que não foi eleito para constranger ninguém”.

Fala na minha frente

Ao fazer uso da palavra, o vereador Eduardo Alfaia  saiu em defesa de Aldenor e jogou mais gasolina no fogo incendiando ainda  mais a sessão.

— Quero que esse vereador fique aqui na frente para me encarar se ele for macho!

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Nesse momento foi interrompido pelo vereador Marcelo Serafim (PSB) que tentou colocar panos quentes e pediu para os colegas tentarem manter o decoro.

Chumbo grosso

Mas Alfaia apenas fez uma paus, respirou fundo e mandou bala;

— Esse vereador não tem o direito de  atacar a honra das pessoas, mas ele ataca diariamente os colegas vereadores. Invadiu até empresas de serviço público. Isso não é papel de parlamentar.

“Pastor do cão”

Alfaia acusou Rodrigo Guedes de fazer chacota pelo fato dele ser pastor evangélico, publicando nas redes que o colega  é “pastor do cão” “pastor do diabo”.

— Tenho orgulho de ser pastor. Aliás, é  mais importante pra mim ser pastor do que ser vereador –, disparou Alfaia.

Ataque religioso

O vereador do Avante disse ainda que “esse vereador” (Guedes)  defende religião de matrizes africanas e “eu nunca o ataquei ou censurei por isso”.

Indignação e lágrimas

Mesmo não sendo citado nominalmente, Rodrigo Guedes subiu à tribuna e fez um desabafo exageradamente carregado de emoção, indignação e até lágrimas, em resposta ao que ele chamou de ataque à sua honra,

— Isso eu não vou deixar. Não  existe uma só pessoa que vai imputar isso a mim! (bradou com a voz embargada).

Seria uma canalhice

Sobre as acusações de atacar uma criança com deficiência – que é filho do colega –, Guedes negou, de novo com a voz embargada,  que tenha cometido tal absurdo.

— Mais que um crime isso seria a maior canalhice. Não vou aceitar não fiz isso e está claro quer não fiz!

Processado e condenado

Mais à frente, o vereador disse que sequer sabia  que rolou um processo contra ele e que foi condenado a pagar danos morais no valor de R$ 10 mil.

— Soube disso ontem. Mas ninguém vai me   imolar e  nem me colocar contra a parede. Ninguém vai me acusar de ter atacado uma criança com deficiência!

Salvo pela onça pintada

Ao ouvir isso, o vereador Aldenor retornou à tribuna e leu uma postagem das redes sociais de Guedes, onde ele atacava o vereador e a sua família.

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E confessou que por alguns momentos, quando ocupava a tribuna, sentiu vontade de partir para a agressão física:

— Não fiz isso porque hoje ele veio de oncinha e respeito os animais. A onça pintada é o nosso maior patrimônio! – ironizou Aldenor, que é marido da deputada Joana Darc (União), a protetora dos animais..

Gilmar nascimento

Corregedor da Câmara, o vereador Gilmar Nascimento resolveu colocar ordem na Casa.

Lembrou que a sociedade espera que a Câmara seja realmente a “Casa do Povo” e não um ringue de lutas marciais.

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— Cada um tem sua forma de pensar, de agir, de estratégia. Mas às vezes é preciso fazer com que o regimento seja cumprido.

Copo cheio

O Corregedor avisou que chega o momento em que “ todo copo enche”  e “até  as balanças têm tolerância”.

—  Não podemos ultrapassar os limites. Aqui não é Big Brother. O que a população está esperando são resultados!

Perda de mandato

Dito isso, Gilmar Nascimento leu os artigos do regimento que podem até cassar os parlamentares que quebrarem o decoro, usarem expressões ofensivas cometerem agressões por atos e palavras.

Batom criminoso

Para ilustrar seu discurso em defesa da mulher, o vereador João Paulo Janjão (Agir) pintou de vítima Débora Rodrigues, que pichou com batom  a estátua da Justiça com  a frase  “perdeu Mané!”, no ataque golpista de  8 de janeiro.

— A justiça solta bandidos que agridem mulheres e  condena uma inocente moça, “coitadinha”,  que passou um batom numa estátua! –,  comparou ele.

Isso não é crime, vereador?

Acontece, nobre vereador, que houve desrespeito ao poder judiciário e ao patrimônio público, sim.

Ou o senhor acha também que retalhar a tela “As mulatas”, de Di Cavalcanti –, principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto, com valor estimado em R$ 8 milhões?

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O senhor acha que  destruir um relógio do século 17  trazido ao Brasil por dom João VI;  ameaçar explodir uma  bomba no aeroporto de Brasília  e fazer cocô sobre a mesa de um ministro não são crimes?

O crime é o mesmo

O vereador não deve saber disso. Mas essa agressão da “inocente moça do batom” remete a um outro episódio histórico.

Em 1972, um homem comum – sem armas, sem explosivos–- escalou o altar da Basílica de São Pedro, em Roma, e desferiu quinze marteladas na escultura Pietà, de Michelangelo.

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Laszlo Toth gritou:

— Eu sou Jesus Cristo!! –, enquanto destruía parte do rosto e do braço da Virgem Maria.

Estrago foi civilizacional

O martelo era pequeno, mas o estrago na Pietá não foi medido em centímetros de mármore: foi simbólico, espiritual, civilizacional. Não importava que a escultura fosse restaurável. Importava o que ela representava.

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Era o sagrado profanado – e, com ele, toda uma ideia de ordem, beleza e transcendência. Mas não teve conversa, Laszlo Toth foi condenado.

Aqui foi igual

Mais de cinquenta anos depois, em outro continente, uma mulher se aproximou de outra estátua e, com batom vermelho, escreveu a frase "perdeu, mané", em "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti, que está diante do STF.

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Agora, Débora Rodrigues dos Santos foi  julgada pelo STF e condenada a  14 anos de prisão.

Deu sorte, talvez até por “piedade”, e  foi cumprir a pena em casa. E agora vocês, bolsonaristas, usam como argumento que ela é uma “ inocente” e “coitadinha”, que nem sabia o que estava fazendo?

Ora não me venham com chorumelas!

ÚLTIMA HORA

ESSE MERECE SER CASSADO – DEPUTADO QUER QUE LULA MORRA E “QUE ELE VÁ PARA O QUINTO DOS INFERNOS”

A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República vão investigar as declarações do deputado Gilvan da Federal, do PL do Espírito Santo, feitas durante uma reunião na Comissão de Segurança Pública da Câmara.

O deputado voltou a chamar atenção nesta semana após declarar, em sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (8) que deseja a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

— Por mim, eu quero mais é que o Lula morra! Eu quero que ele vá para o quinto dos infernos! –, disse o bolsonarista, que usa sempre a bandeira do Brasil sobre o paletó.

Esses bolsonaristas dizem o que vem na cabeça desmiolada e, quando são  condenados pela justiça, alemã que são “inocentes”, como a turma do 8 de janeiro.

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O deputado ainda mencionou o diagnóstico de câncer do presidente. Lula teve um tumor na garganta em 2011 e se curou após passar por tratamento. “Nem o diabo quer o Lula, é por isso que ele está vivendo aí, superou o câncer. Tomara que tenha uma taquicardia porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando o Brasil. E eu quero mais é que ele morra mesmo”, concluiu.

ORGULHO

Uma nova pesquisa trouxe uma boa notícia para quem tem animais de estimação: ter pets pode aumentar o bem-estar tanto quanto ter um cônjuge ou conviver com amigos próximos. Os pesquisadores estimaram que o efeito emocional positivo da companhia de um pet equivale a até R$ 450 mil por ano em satisfação com a vida.

Esses dados reforçam o que muitos já sentem na prática: os benefícios de ter um animal de estimação vão além da companhia. Eles ajudam a reduzir a solidão, melhorar o humor e criar laços afetivos parecidos com os de uma relação familiar. Pets promovem saúde mental e felicidade no dia a dia. O estudo indica que a companhia de pets e felicidade estão diretamente relacionadas. Além de oferecer amor e presença, os animais de estimação colaboram com a saúde mental, ajudando no combate à solidão e à ansiedade.

VERGONHA

O Trapalhão Renato Aragão está sendo acusado de discriminação pela própria fillha, Juliana Aragão, que em sendo excluída da família por ser lésbica. De acordo com declarações do jornalista e diretor Rafael Spaca, que produziu o documentário Trapalhadas Sem Fim, Juliana vive uma realidade distante do glamour que muitos imaginam ao redor do nome do artista. Mesmo morando na mesma casa que o pai, ela enfrenta exclusão, dificuldades financeiras e, segundo relatos, comentários preconceituosos por parte da família.

Adotada durante o primeiro casamento de Renato com Marta Rangel, Juliana é pouco conhecida pelo público. Atualmente, segundo Spaca, ela trabalha como motorista de aplicativo para se sustentar e já recorreu a campanhas online para arcar com despesas básicas, como medicamentos e consertos no carro que utiliza para trabalhar.

— “Ela é como um corpo estranho dentro da casa –, afirmou o diretor em entrevista ao podcast SaladaCast.

OUTRAS PALAVRAS

“SE OS MATADOUROS TIVESSEM PAREDES DE VIDRO, TODOS SERIAM VEGETARIANOS. (...) NÓS NOS SENTIMOS MELHORES COM NÓS MESMOS E MELHORES COM OS ANIMAIS, SABENDO QUE NÓS NÃO ESTAMOS CONTRIBUINDO PARA O SOFRIMENTO DELES”, Paul McCartney