Quem assistiu ao debate de domingo (16), na Band, entre os candidatos que disputam o segundo turno à presidência da República, pode testemunhar uma das cenas mais humilhantes da história política do país. Depois de ter sido humilhado, enxovalhado, ridicularizado, demitido do cargo de ministro, o ex-juiz Sérgio Moro – agora senador eleito –, com cara de “Madalena arrependida” ao lado do presidente.
Para quem não lembra – afinal, até Moro parece que esquece –, no dia 02 de dezembro de 2021, depois de demitir o ex-ministro da Justiça, Jair chamou Moro de “mentiroso, palhaço e sem caráter” .
"Esse cara está mentindo descaradamente. Em vez de mostrar o que fez, fica apontando dedos para os outros e mentindo", criticou o presidente. "É papel de palhaço, um cara sem caráter. Saiu do governo pela porta dos fundos, traindo a gente, querendo trocar o diretor-geral da Polícia Federal por sua indicação ao Supremo. Aprendeu rápido, hein Sérgio Moro? Aprendeu rápido a velha política", detonou.
Na noite do debate, numa estratégia armada bem antes, Moro apareceu de “surpresa” para apoiar o seu algoz. Aquele mesmo que o induziu a prender Lula para ganhar a eleição, sob a promessa que ele ganharia o ministério da Justiça e depois ao vaga de ministro do STF.
Quebrou a cara
O resultado foi um só: nem Ministério (de onde foi expulso) e nem STF.
Moro foi escorraçado do governo e ainda apanhou muito nas redes sociais dos filhotes do presidente.
Meu garoto, meu “paipai...”
Ontem, estava com a cara mais patética ao lado de Bolsonaro, de quem ouviu a frase:
— Moro, você foi dez –, disse o presidente a seu ex-ministro, na saída do estúdio da TV Bandeirantes.
Tiro no pé
Ao assessorar o presidente Jair Bolsonaro (PL) no debate deste domingo, o ex-juiz Sérgio Moro deu um tiro no pé e assinou o atestado de inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
✱
Sérgio Moro foi considerado suspeito de perseguição contra o réu, o ex-presidente Lula. E isso, sim, torna a condenação um ato ilegal, um erro jurídico. O que, portanto, torna o réu inocente.
Submissão
Com sua presença no debate, Moro confirma que realmente tem uma questão pessoal contra Lula.
Uma aversão tão forte que o faz aliar-se a Bolsonaro, a quem acusou de pressioná-lo a abafar investigações na Polícia Federal envolvendo milicianos e o filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro (PL).
Sucessor da extrema-direita
Mas tudo isso pode ter, sim, uma explicação.
Na avaliação dos aliados de Moro, o ex-juiz parcial quer se apresentar como sucessor de Bolsonaro na liderança da extrema direita brasileira.
✱
Isto é, Moro já aposta que Lula vence a eleição, Bolsonaro se acaba politicamente e ele assume a liderança da extrema-direita.
O Bolsonaro real
Durante o debate, Bolsonaro não poderia ser mais grosseiro do que sempre foi.
Chamou Lula de “velho” – como se velhice fosse crime –, acusou o petista de ter feito política sobre o caixão da esposa (Marisa) e chamou os moradores do Morro do Alemão, um complexo de favelas e comunidades carentes do Rio de Janeiro, de “traficantes”.
✱
Quer dizer, o Bolsonaro “ paz e amor”, fruto de marqueteiros, só existe no programa eleitoral.
Pedofilia
Bolsonaro ficou “indignado” com a história da pedofilia que explodiu nas redes sociais e foi assunto do debate da Band.
Ele saiu atirando no PT, em aliados de Lula e no próprio ex-presidente, mas a verdade é que foi ele mesmo, Bolsonaro, que criou cobra pra lhe devorar ao divulgar o assunto.
“Pintou um clima”
Durante uma entrevista ao canal do YouTube Paparazzo Rubro-Negro, na sexta-feira, Bolsonaro disse que, durante um passeio de moto pela comunidade de São Sebastião, em Brasília, avistou meninas de 14 e 15 anos e que “pintou um clima”.
✱
Disse ainda que elas eram bonitas e estavam bem arrumadas. De acordo com o presidente, na sequência, ele foi à casa delas para ver em que condições viviam.
A jornalista vera Magalhães esteve novamente frente a frente de Jair no debate da Band.
Agredida no debate do 1º turno, ela aproveitou para dar o troco. Perguntou se Bolsonaro vai querer mexer no número de ministro do Supremo.
Ironizou
Antes de responder, Bolsonaro cumprimentou a jornalista:
— Prezada jornalista Vera, satisfação em revê-la.
O candidato à reeleição descartou a possibilidade de aumento de assentos no STF e garantiu que não haverá propostas sobre a temática.
Machão
No primeiro turno, Bolsonaro teve um ataque de machismo ao ser questionado sobre a cobertura vacinal no país, por Vera sobre as vacinas:
— Vera, eu não poderia esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão por mim.
Depois fechou com uma frase ainda mais agressiva:
— Você não pode tomar partido em um debate como esse. Fazer acusações mentirosas ao meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro –, disse.
Fora do tom
Antes mesmo de saber se vai ser eleito ou não, Eduardo Braga (MDB) já começou a destoar do discurso do ex-presidente e Lula.
O senador e candidato ao governo avisa que, se ganhar a eleição, vai regularizar os garimpos ilegais, quando Lula quer mesmo é proibir a invasão de terras indígenas e expulsar os garimpeiros ilegais.
Perguntar não ofende
O senador Eduardo tem que responder como pretende legalizar o quer já é ilegal? Afinal, os garimpos estão dentro de terras indígenas, onde cometem a sorte de crime, poluição dos rios com mercúrio, desmatamento e até estupro de adolescentes indígenas. Vai regularizar isso, senador?
Enojado com o pai
Apoiador do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial, o cantor João Guilherme, de 20 anos, se manifestou, na tarde desta segunda-feira (17), para dizer que estava triste e enojado por ver seu pai, o cantor Leonardo, de 59, declarar apoio ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
✱
Por meio do Twitter, o filho do artista publicou um longo desabafo afirmando que o pai está cego e lamentou que sua "manifestação errada" pode ter grande impacto entre os fãs por ser uma pessoa influente,
— Diante de todos os últimos escândalos envolvendo o atual mandatário ver alguém tão importante pra mim declarar apoio dessa forma me enoja. É tanta ignorância que nem sei –, disse João Guilherme.
ÚLTIMA HORA
INACREDITÁVEL — Arthur Virgílio, quem diria, foi parar no palanque de Bolsonaro
Quando a gente pensa que já viu de tudo na política, chega à conclusão, diante de certos fatos, que ainda não viu nada.
Nesta segunda-feira, 17, o tucano Arthur Virgílio declarou seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro, a quem fez oposição durante quatro anos. Em maio de 2020, auge da pandemia, num dos momentos mais rasteiros, Bolsonaro chamou Arthur de “um bosta de prefeito”.
— O que esses caras fizeram com o vírus, esse bosta desse governador de São Paulo, esse estrume do Rio de Janeiro, entre outros, é exatamente isso. Aproveitaram o vírus, tá um bosta de um prefeito lá de Manaus agora, abrindo covas coletivas. Um bosta”, disse Bolsonaro.
Nesta segunda-feira , 17, como Sérgio Moro, Virgílio esqueceu as ofensas e foi ao encontro de Bolsonaro para apoiá-lo no segundo turno da eleição.
— Já tive rusgas com Bolsonaro, mas tive "guerras nucleares" com Lula –, justificou.
✱
O ex-prefeito de Manaus, no entanto, disse que isso não influencia em sua decisão, mas sim atitudes, como a declaração do candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, de que é contrário à privatização da Petrobras. Arthur concorreu ao Senado, mas ficou em terceiro lugar, com 9,5% dos votos. Na disputa, Bolsonaro apoio Coronel Menezes (PL), que ficou em segundo, atrás de Omar Aziz (PSD), que foi reeleito.
ORGULHO
O arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, não se deixou abater com os ataques que sofre nas redes sociais. Ao contrário, ele fez uma após postar uma reflexão sobre se valia a pena brigar por questões políticas e fez uma série de postagens explicando os motivos da cor de sua batina. Muitos religiosos católicos estão sendo acusados de usar a cor vermelha para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), sem saber sobre a motivação do uso do tom na liturgia da Igreja Católica.
— Se alguém estranha minha roupa vermelha, saiba que a cor dos cardeais é o vermelho sangue, simbolizando o amor à Igreja e prontidão ao martírio, se preciso for. Deus abençoe a todos. Dom Scherer ainda aproveitou para se manifestar sobre a atual situação do Brasil neste momento.
— Tempos estranhos esses nossos! Conheço bastante a história. Às vezes, parece-me reviver os tempos da ascensão ao poder dos regimes totalitários, especialmente o fascismo. É preciso ter muita calma e discernimento nesta hora –, postou ainda.
VERGONHA
Vagabundo" e "safado" foram alguns dos gritos desferidos contra o cantor e compositor carioca Seu Jorge, durante um show do artista em um espaço de Porto Alegre, na última sexta-feira (14). A apresentação ocorreu no Grêmio Náutico União e após algumas declarações do artista no palco, os ataques foram iniciados. O relato do ocorrido veio à tona nas redes sociais. De acordo com as postagens, após Seu Jorge emitir opinião contrária contra a redução da maioridade penal e defender os negros das comunidades, os insultos começaram a ecoar da plateia. Gritos de "Mito, mito, mito" também foram ouvidos - menção que remete ao "título" que o presidente Jair Bolsonaro recebe de seus apoiadores.