Parece até programa de humor os argumentos usados pelo indiciado Jair Bolsonaro para tirar o corpo de fora da tentativa de golpe que ele mesmo orquestrou desde o início. A prova disso está no relatório da Polícia Federal, cujo sigilo foi quebrado nesta segunda-feira pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Mesmo assim o ex-presidente insiste em dizer que nunca falou em golpe.
Então vamos aos fatos: Os ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Mário Mario Fernandes, general da reserva, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência no governo e mais 33 pessoas, todas indiciadas pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. Algum desses cães de guarda subservientes do imbrochável fariam alguma coisa sem o comando de “vão em frente” do chefe? Nenhum!
E como agora o indiciado, inelegível e imbrochável nega ter cometido qualquer crime e tem a cara de pau de dizer que nunca discutiu golpe “com ninguém” e que vai ser preso por perseguição política?
Ninguém é cego
Ele deve estar pensando que o povo brasileiro tem o nariz furado ao contrário.
Ou que todos são cegos, como os bolsomínions que não vêm nada de errado no capitão expulso do Exército.
Tudo tramado...
Então, vamos raciocinar e novo.
Bolsonaro viajou para o Estados Unidos logo depois da eleição, após ficar recluso, em depressão, dentro do Alvorado tentado digerir a derrota (o que nuca conseguiu) e organizar o golpe.
...nos seus mínimos detalhes!
Dias depois, decidiu viajar para estar longe pra tirar o corpo fora, porque sabia que o golpe já estava todo preparado.
Se alguma cosa desse errado a explicação era, aparentemente, “lógica” no raciocínio torpe de sua cabeça – “Eu não estava nem no país”.
Sabia até do punhal
Aliás ele já saiu do Brasil tendo conhecimento do chamado “Punhal Verde e Amarelo”, o agora descoberto plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, antes da posse de Lula.
É hora de voltar
E só retornou ao país quando aquilo o foi planejado na calada da noite começou a pipocar – acampamentos nos quartéis, tentativa de explosão de bomba no aeroporto, invasão da sede da Polícia Federal, invasão da sede dos três poderes, no dia 8 de janeiro.
É Covarde
Bolsonaro sabia de tudo e ele mesmo comandou todo a estratégia golpista.
Só que é covarde. Teta salvar a própria pele e joga sua quadrilha na fogueira.
Relatório comprova
Isso tudo não é obra de ficção.
O próprio relatório de 884 páginas da Polícia Federal, os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que tudo é verdade.
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Veja:
“O então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de estado e da abolição do estado democrático de Direito”.
Provas robustas
O relatório também concluiu que há nos autos relevantes e robustos elementos de prova “que demonstram que o planejamento e o andamento dos atos eram reportados a Jair Bolsonaro, diretamente ou por intermédio de Mauro Cid”.
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“As evidências colhidas, tais como os registros de entrada e saída de visitantes do Palácio do Alvorada, conteúdo de diálogos entre interlocutores de seu núcleo próximo, análise de ERBs [torres de celular], datas e locais de reuniões, indicam que Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento do planejamento operacional (Punhal Verde e Amarelo), bem como das ações clandestinas praticadas sob o codinome Copa 2022”, diz a PF.
Um ex-presidente e oito crimes
A Polícia Federal apontou oito momentos em que o então presidente Jair Bolsonaro agiu de forma criminosa visando criar condições para uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse ou derrubar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva após a eleição de 2022.
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O relatório final das investigações foi enviado nesta terça-feira à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Derrubado o sigilo
Junto com o envio do relatório o ministro do STF Alexandre de Moraes também decidiu derrubar o sigilo do documento e torná-lo público ainda nesta terça-feira, o que vai acontecer depois que as mais de 880 páginas forem atualizadas no sistema digital de processos do tribunal.
Estado de Sítio
Bolsonaro admitiu que, diante do que chamou de "comoção popular", considerou possíveis alternativas dentro da legalidade, incluindo o estado de sítio, mas afirmou que essa ideia foi descartada após consultas.
Medida extrema
O estado de sítio é a medida mais extrema prevista pela Constituição e pode ser acionado pelo presidente em situações que ameacem a ordem e estabilidade do País, como uma grave comoção nacional, estado de guerra ou agressão estrangeira.
Mas que comoção, cara pálida?
Mas que comoção nacional?
Meia dúzia de gatos pingados choramingado na chuva, em frente aos quartéis com a anuência dos comandantes?
Se houvesse de fato a comoção nacional que o imbrochável cita, ele teria ganhando a eleição no voto.
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Quem teve essa comoção manifestada pela maioria do eleitor brasileiro em torno de seu nome foi Lula, declarada pelo voto livre nas urnas.
Golpe deu xabu
No entanto, para o bem da democracia, do estado de direito e do País, nada deu certo.
Polícia Federal finalizou as investigações afirmando que, apesar dos atos para implementação, o golpe de Estado não ocorreu “porque o alto comando das Forças Armadas não aderiu ao movimento golpista”.
Ainda tem militar sério
Se acordo com o relatório, os comandantes à época do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar, Carlos Alberto Batista Junior, rejeitaram aderir ao golpe.
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Mas o comandante da Marinha, Almir Garnier, foi o único que se colocou à disposição.
ÚLTIMA HORA
XANDÃO QUEBRA SIGILO DO RELATÓRIO DA PF – Confira aqui os 8 crimes de Bolsonaro
Confira aqui os oito pontos que envolvem Bolsonaro diretamente apontados pela Polícia Federal e que foram divulgados inicialmente pelo site do jornal O Globo e confirmados pela Reuters com uma fonte da PF com conhecimento do documento.
1. Reunião de julho de 2022: Bolsonaro teria convocado ministros e outros membros do governo para uma reunião, na qual discutiu a disseminação de fake news sobre as urnas eletrônicas antes das eleições. O encontro também contou com a participação de figuras chave como o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, que propalaram mentiras sobre fraudes nas eleições.
2. Representação eleitoral do PL: Após o segundo turno das eleições, o PL, partido de Bolsonaro, apresentou à Justiça Eleitoral dados inconsistentes para questionar o resultado de mais de 200 mil urnas. A PF afirma que Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, estavam cientes e apoiaram a ação.
3. Pressão ao comandante do Exército: Bolsonaro foi responsável por uma série de ações de pressão sobre o comandante do Exército, incluindo a “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, que, segundo a PF, contou com a anuência de Bolsonaro.
4. Minuta golpista: A PF revelou que Bolsonaro, com apoio de seu núcleo jurídico, elaborou um decreto, conhecido como a minuta golpista, que visava à ruptura institucional e impunha a posse de Lula como presidente eleito. O documento também previa a decretação de Estado de Defesa e a criação de uma Comissão de Regularidade Eleitoral.
5. Plano “Punhal Verde e Amarelo”: A PF apontou que o ex-presidente estava ciente da operação “Punhal Verde e Amarelo”, que envolvia o uso de explosivos e veneno para assassinar o presidente eleito Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
6. Reunião de dezembro de 2022: Em uma reunião com os comandantes das Forças Armadas, Bolsonaro apresentou a minuta do golpe de Estado. O relatório da PF destaca a discordância dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, enquanto o comandante da Marinha, Almir Garnier, demonstrou disposição em apoiar a ação.
7. General Mário Fernandes: O ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Mário Fernandes, foi enviado ao Palácio da Alvorada para discutir o plano de golpe. A PF indicou que Bolsonaro estava presente durante a elaboração do plano.
8. Reunião com general Estevam Theóphilo: No dia 9 de dezembro de 2022, Bolsonaro se reuniu com o general Estevam Theóphilo, que se ofereceu para liderar as tropas, caso o decreto golpista fosse assinado. Neste encontro, Bolsonaro fez um pronunciamento no Palácio da Alvorada, seguindo a narrativa do grupo para manter a esperança de que ele e os militares tomariam medidas para contestar os resultados das eleições.
ORGULHO
A atriz Fernanda Torres, do sucesso de bilheteria “Ainda Estou Aqui”, revelou esta semana que foi ao túmulo de Eunice Paiva para fazer uma homenagem à mulher que interpretou no cinema e se transformou em símbolo de resistência à ditadura.
— Há um ano, se encerravam as filmagens de Ainda Estou Aqui e fui sozinha agradecer a essa grande brasileira, pela honra de tê-la encarnado no cinema. Obrigada, Eunice –, contou a artista nas redes sociais.
A singela homenagem de Fernanda, feita no Cemitério do Araçá, na região central de São Paulo, rendeu aplausos de famosos e anônimos nas redes sociais. “Ainda estou aqui”, foi inscrito em 8 categorias do Oscar 2025 pela Sony.
VERGONHA
O ex-juiz da Operação Lava Jato e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) teta mais uma vez aliviar para o seu ex-chefe, Jair Bolsonaro. O ex-juiz suspeito disse no sábado (23/11) que “é inviável qualquer juízo de valor” sobre os 37 nomes indiciados pela Polícia Federal (PF), incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por suposta tentativa de golpe depois das eleições de 2022. De acordo com o parlamentar, só poderá ser formada uma opinião depois do relatório da PF se tornar público. Bom, nesta segunda-feira (25) o ministro Alexandre de Moraes quebrou o sigilo do relatório da PF? E agora, Sérgio Moro?
OUTRAS PALAVRAS
“NÃO SERIA FASCINANTE FAZER ESSA ELITE ENGOLIR O LULA, ESSE SAPO BARBUDO.” (Leonel Brizola)