A proposta de Fernando Haddad para a Reforma Tributária voltou ao centro dos debates com um ponto polêmico: a criação de uma alíquota de 17,5% no Imposto de Renda para trabalhadores com salário acima de R$ 4.000. A medida, apresentada como “progressiva e justa”, já provoca ruído no Congresso e causou uma enxurrada de reações nas redes sociais nesta segunda (17).
O problema? Muita gente ainda não entendeu quanto vai pagar de fato.
💰 Quem vai pagar mais?
O novo modelo atinge diretamente quem ganha entre R$ 4.000 e R$ 10.000 mensais, uma faixa da classe média que hoje paga menos IR proporcionalmente do que pagaria com a nova tabela.
Quem ganha acima de R$ 10.000 também será afetado, mas o impacto percentual tende a ser menor, já que essa faixa já está acostumada com retenções maiores e pode deduzir mais.
Segundo o Ministério da Fazenda, os 10% mais ricos concentram 60% da renúncia fiscal com isenções e brechas. O novo IR, segundo Haddad, corrige esse desequilíbrio.
📉 Quem deve pagar menos?
O piso da isenção sobe de R$ 2.640 para R$ 3.200, beneficiando milhões de trabalhadores formais. Quem recebe até esse valor ficará isento, e quem ganha entre R$ 3.200 e R$ 4.000 pagará menos do que paga hoje.
A proposta também taxa dividendos em 15%, o que afeta principalmente sócios de empresas e investidores — uma promessa antiga do PT, barrada no governo Temer e ignorada por Bolsonaro.
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Simule o novo IR (17,5%)
Simule seu IR com base na nova alíquota de 17,5% e compare com os valores atuais.
🔥 Twitter pegando fogo: #Haddad17.5 e #ClasseMédiaSufocada
No X (antigo Twitter), a hashtag #ClasseMédiaSufocada entrou nos trending topics, impulsionada por influenciadores liberais e pré-candidatos bolsonaristas. Enquanto isso, parlamentares da base governista defendem que o Brasil precisa tributar mais os super-ricos e menos quem vive de salário.
📢 Deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ):
“O novo IR de Haddad é apenas o primeiro passo. Precisamos tributar grandes fortunas e heranças bilionárias”.
📢 Senador Rogério Marinho (PL-RN):
“Mais um ataque à classe média trabalhadora. Vamos resistir!”
🧠 Entenda o contexto
A proposta faz parte do segundo pacote da Reforma Tributária, prometido para ainda este semestre. Ela será enviada em forma de projeto de lei complementar, e precisa de maioria simples para passar na Câmara — onde o governo Lula conta com maioria frágil, mas ativa.
📌 O plano é equilibrar as contas públicas sem aumentar a carga tributária global.
📌 Para isso, Haddad promete compensações ao consumo e manter incentivos a micro e pequenas empresas.
📊 Tabela comparativa: IR atual x proposta Haddad
Faixa salarial (mensal) | Alíquota atual | Nova alíquota (proposta) |
---|---|---|
Até R$ 3.200 | 0% | 0% |
R$ 3.201 – R$ 4.000 | 7,5% | 5% |
R$ 4.001 – R$ 10.000 | 15% | 17,5% |
Acima de R$ 10.001 | 27,5% | 27,5% |
📬 Como isso afeta você?
Essa reforma do IR pode entrar em vigor já em janeiro de 2026, se aprovada até o final deste ano. Até lá, o texto ainda passará por intenso debate no Congresso, com forte lobby de empresários e reação de sindicatos.
📎 Fonte: Ministério da Fazenda, Câmara dos Deputados, Receita Federal, Apuração própria